Alberto Souto ameaça queixa no Ministério Público contra Ribau Esteves

«O Senhor Eng. Ribau Esteves irá explicar ao Ministério Público o que se recusa a explicar e responder por difamação agravada, porque é reincidente», respondeu hoje Alberto Souto, candidato do PS nas próximas eleições autárquicas, ao comunicado do presidente da Câmara, Ribau Esteves. O que se recusa a explicar, segundo Alberto Souto, é «porque é que a Câmara vai receber um imóvel de 10 milhões de euros», no caso, de arte contemporânea, a construir pela Civilria, como anunciou a Câmara. Alberto Souto esperava que Ribau Esteves esclarecesse mas «preferiu responder com difamações». Esperava respostas quanto à cedência do imóvel de 10 milhões à Câmara, um valor que deixou o socialista «surpreendido» e quanto a contas que «não explicadas bem» e «optou por manter a opacidade».

Ribau Esteves difundiu ontem um comunicado, no qual refere que Alberto Souto, «operador/investidor imobiliário procura ultrapassar e não cumprir as regras, com tentativas de aprovações diretas com SMS’s (ao presidente da Câmara) e ações de pressão a funcionários da autarquia», o que o socialista já negou. O autarca do PSD, respondia a Alberto Souto que considerou «surpreendente que a notícia de que o investidor doará ao município um imóvel de 10 milhões de euros para um museu. Filantropia rara. Seria medalha de ouro merecida. Ou será que mais uma vez o Senhor Presidente não explicou bem as contas?».

À «Denúncia - Informação Pública» de Ribau Esteves, Alberto Souto respondeu com um “Esclarecimento”. Não desmente que seja «um pequeno investidor imobiliário» mas diz ser falso que «procura ultrapassar e não cumprir as regras, com tentativas de aprovação diretas com SMS´s ao presidente da Câmara e ações de pressão a funcionários da Câmara».

Sobre o comunicado de Ribau Esteves, da manhã de ontem, a que Alberto Souto respondeu na tarde seguinte, o candidato do PS diz que é «um rol de mentiras» e ainda uma «ofensa» ao seu «bom nome».

Alberto Souto diz que sempre cumpriu «todas as regras» e «nunca» solicite que «alguma fosse infringida» e o processo, sem especificar do que se trata, «entrou pelos canais digitais competentes. Quanto à SMS enviada a Ribau Esteves, Alberto Souto refere que o presidente da Câmara «tinha avocado o processo, proibiu os funcionários da Câmara» de o receberem e fez veto de gaveta durante um ano», relata. «Discriminou-me objetivamente e quanto a «pressões ilegítimas sobre os funcionários, eles serão as minhas testemunhas», diz.

Avisa que «os SMS´s estão todos guardados, o processo de obras todo documentado. Ambos mostram quem diz a verdade e quem mente.

Num enquadramento pré-eleitoral, o socialista diz que Ribau Esteves «não perdoa a humilhação a que foi sujeito na respetiva escolha e ataca igualmente o meu irmão (Luís Souto Miranda, pelo PSD) , a despropósito, só porque sim. É uma pena que não saiba terminar o mandato com um pouco de dignidade».