Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Rede humana estende os braços de Aveiro até Slavonski Brod


Segunda, 11 de Janeiro de 2016
“Refugiados enfrentam um frio de morte na travessia dos Balcãs”. As gordas num título da edição do Público do passado sábado podem ter passado ao lado de muitos leitores que desconhecem a realidade de quem se vê obrigado a deixar tudo para trás em busca de uma oportunidade para sobreviver. Porém, o tal “frio de morte” representa apenas um episódio na odisseia das milhares de pessoas que, nos últimos meses, têm chegado à Europa. Arriscando ler episódios anteriores dessas histórias, o mais certo é encontrar relatos da “morte que entrou casa adentro”; de “vendedores de sonhos que terminam em morte”; de “travessias de morte”. De “medo de morte”. Tudo isso virá antes do tal “frio de morte”, ao qual se poderão seguir outros capítulos onde é “ela” quem assume o papel de protagonista, enquanto as pessoas desempenham um papel secundário nas suas próprias vidas. Tudo isto pela busca de um sonho tão modesto como sobreviver, reforçamos Cansadas de assistir à repetição destes episódios no conforto do lar, Vera Valério Batista, Catarina Carneiro e Maria João Caseiro, três aveirenses de 39, 34 e 27 anos, respectivamente, ganharam coragem pa­ra realizar um gesto tão simples como “pesquisar”. Perceber como podiam ser um elo de ligação entre aquelas pessoas e o seu sonho. Para não serem “apenas” três pessoas, criaram o movimento “People Ne­ed People”. E a partir daí humanizaram o projecto e colocaram-se no terreno, ruman­do aos Balcãs, mais concretamente à Croácia, onde, agasalhadas, experimentaram o tal “frio de morte” durante uma semana, tentando levar algum calor a quem tanto precisa dele. Foram “um grãozinho de areia de ajuda”, conforme reconhecem, ao olhar para trás. O Diário de Aveiro foi em bus­ca destes relatos. De quem viu o medo - mas também a esperança - no olhar de milhares de pessoas que lhes passaram à frente e a quem fizeram questão de transmitir a tranquilidade possível. Não a necessária. No discurso das três voluntárias é mais clara a vontade de que esta tenha sido apenas a primeira ajuda que conseguiram dar, do que a sensação de dever cumprido. Mais do que um desejo, o regresso é uma certeza. Apenas falta marcar a data. Autor: Adérito Esteves Foto: Ricardo Carvalhal
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