Num tempo em que, para tanta coisa, a tecnologia torna as distâncias irrelevantes, não seriam 5.300 quilómetros a impedir Augusto Amador e Carlos Faustino de escreverem um livro a meias. Um livro não, três. Nos últimos quatro anos foram parceiros de escrita de “Nas asas do tempo e ao sabor da corrente” (2017), de “Viagem a bordo das emoções” (2019) e, agora, de “Dos dois lados do mar”, acabado de lançar.
São ambos da Murtosa, mas vivem em diferentes países de diferentes continentes e com um oceano pelo meio. Carlos Faustino permanece em Portugal, mas Augusto Amador vive há longos anos em Newark, nos Estados Unidos.
Recuando ao início da sua história comum, conheceram-se no Externato São João de Brito, na adolescência, perto do final da década de 1950, onde, nas palavras de Carlos Faustino, se vivia em “autêntica comunidade” sob a custódia do director, padre Alberto Tavares de Sousa, um murtoseiro que, com a sua “visão e generosidade”, abriu “o caminho para mais altos voos” a muitos alunos da instituição. “Claro que houve colegas a frequentar o Colégio dos Carvalhos, o Colégio João de Deus, o Colégio Universal, na zona do Porto, ou simplesmente o Externato D. Egas Moniz, em Estarreja, mas esses eram os que pertenciam a famílias de maior poder económico do que o da maioria”, lembra.
