O Tribunal de Coimbra vai começar a julgar um indivíduo de 52 anos, do concelho de Soure, por violência doméstica exercida sobre o namorado, um jovem médico da Guiné-Bissau, com quem iniciou um relacionamento ainda em África. Os dois conheceram-se em Março de 2019, iniciaram um relacionamento amoroso, até que, em Outubro de 2019, a vítima veio para Portugal e começaram a viver juntos, já depois do rapaz ter obtido um visto Schengen em Espanha.
De acordo com a acusação do Ministério Público, a que o Diário de Coimbra teve acesso, o arguido fazia-se valer do ascendente económico que tinha sobre a vítima para o manter «junto de si», suportando diversas despesas, nomeadamente a inscrição na Ordem dos Médicos. No entanto, o jovem, «como não pretendia depender financeiramente do companheiro» e desejava frequentar o estágio e realizar o exame de equivalência exigido por lei, arranjou um emprego como auxiliar de acção directa num lar do distrito de Leiria. Inicialmente, era o arguido quem o levava e trazia, no entanto, a determinada altura, a vítima começou a apanhar boleias de um colega de trabalho, o que motivou os ciúmes do companheiro, que se ia revelando cada vez mais «possessivo e controlador».
