José Maria, professor na Escola Profissional Infante D. Henrique, no Porto, encontrou em Soza uma mulher de idade já avançada que lhe disse que no seu tempo as abóboras pouco mais serviam do que “para os porcos”. Havia doces de Natal confeccionados com este fruto mas a culinária era então pouco dada ao seu aproveitamento. Hoje não é assim. “Há muitas aplicações para a abóbora, é um alimento muito versátil”, garantiu ao Diário de Aveiro enquanto ultimava uma demonstração culinária que o público da Feira da Abóbora era convidado a assistir.
Numa pequena cozinha improvisada no Largo de São Miguel, em Soza, Vagos, José Maria, envergando a sua jaleca de cozinheiro, preparou um prato de arroz carolino, queijo de São Jorge e abóbora manteiga, temperado com cardamomo, pimenta e noz moscada. É um exemplo, entre muitos, do que pode ser feito com o produto que voltou a reinar em Soza no fim-de-semana, em mais uma edição – a nona – de um evento organizado pela Confraria dos Sabores da Abóbora e pelo município de Vagos. “Antes havia um grande desconhecimento mas hoje faz-se tudo com abóbora”, assinalou José Maria, que tem alunos da região de Aveiro na Escola Profissional Infante D. Henrique, possuidora do estatuto de confrade de honra da confraria vaguense.
