Vários pescadores foram informados da rescisão de contratos com a empresa que lhes comprava os bivalves que apanhavam na Ria de Aveiro, cuja captura se encontra interdita desde o início do mês, no Canal de Ovar, devido à presença de toxinas. A revelação foi feita anteontem pelo Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte (STPN), num comunicado que se refere ao fim do contrato para a compra de bivalves aos pescadores. “Após pressões constantes para irem trabalhar, por parte dos compradores, é tomada a decisão de uma compradora de rescindir os contractos de alguns pescadores, que prova o desnorte de quem sempre viveu à custa deste homens e mulheres”. Uma decisão que “o sindicato repudia vivamente”. Para o STPN, são cartas de “despedimento” dirigidas aos pescadores que “há muito perceberam que mais tóxicos do que os resultados das análises, são os contratos de trabalho que os asfixiam”. Aponta ainda para os “preços de venda do pescado e a exclusividade que os contratos obrigam, representando amarras inaceitáveis, colocando todos os dias a incerteza se irão trabalhar”.