Ao fim de 85 anos – foi inaugurado em 1935 –, o Estádio Mário Duarte vem abaixo. A demolição do recinto, que faz parte da memória colectiva local, teve início esta semana por ordem da Câmara de Aveiro, que reserva aqueles terrenos para a ampliação do hospital da cidade.
A qualificação do Hospital Infante D. Pedro é assumida como “a principal das prioridades de investimento público do município e da região” – se tudo correr bem, as obras poderão arrancar em 2022. A demolição do estádio implica um investimento camarário de 401 mil euros e irá prolongar-se por quatro meses. Na hora do seu fim, a autarquia presta uma “homenagem” a um equipamento que “sempre terá uma página importante na história do município e do futebol nacional”.
Em mandatos anteriores chegou a estar prevista para o local uma urbanização à luz do Plano de Pormenor do Parque, que entrou em vigor em 2006. A actual maioria optou, em 2017, por fazer cessar a vigência desse plano de forma a criar as “condições legais” para que os terrenos ficassem disponíveis para a ampliação do hospital. Nesse ano o município “retomou a propriedade desses terrenos, que estavam na posse de um banco desde 2003”, pagando o valor ainda em dívida numa operação de “leaseback” no âmbito do processo de reestruturação financeira da autarquia.
A intervenção de qualificação e ampliação do hospital ganhou mais corpo em 2016, data em que foi assinado um memorando de entendimento entre a Câmara, o Centro Hospitalar, a Universidade de Aveiro e a Administração Regional de Saúde do Centro (em representação do Governo), definindo as tarefas e o cronograma dos trabalhos. Para essa obra são necessários os terrenos do estádio, assim como dos antigos Armazéns Gerais do município, já demolidos.
