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“Saudades”?e sensação de “segurança” no regresso às aulas do 11.º e 12.º ano


Terça, 19 de Maio de 2020

Os alunos do 11.º e 12.º ano voltaram às aulas. Cerca de dois meses depois do fecho das escolas, as salas de aula, os quadros, as mesas e o espaço das escolas por todo o distrito voltaram a “ganhar a vida” que lhe é trazida pelo “sangue novo” dos seus estudantes. Muitos foram, desta forma, os jovens que, além das lições presenciais ao invés das aulas online que tinham tido, voltaram a ter o contacto com o seus professores e, claro está, o mais ansiado contacto “possível” e com máscara com os colegas e amigos ou não fosse a escola um dos principais meios de socialização destes jovens.
Para Bernardo Mendes e Inês Vieira, estudantes do 12.º ano da Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra, o momento foi mesmo aproveitado para reatar laços de amizade que o perigo de contágio do novo coronavírus não permitiu. «Estou contente com o regresso e mais feliz ainda por conseguir ver os meus amigos», referiu Bernardo. Para Inês, «sair, finalmente, de casa, foi um alívio», contou. «Tinha saudades do ambiente e de estar com os meus colegas», reforçou Inês que, confessou ter--se sentido «segura» tendo dito, até, que o distanciamento estava a ser cumprindo pois esteve «pouca gente nas salas».
Por ali perto, Gustavo Vítor, estudante do 12.º ano na Escola Secundária Infanta Dona Maria, explicou todo o processo pelo qual teve de passar para chegar à sua aula: «Na entrada da escola desinfectámos as mãos, deram-nos máscaras e mediram-nos a temperatura. Algumas turmas entraram pela entrada principal e outras pela lateral e depois temos caminhos diferentes para cada turma pelo exterior da escola até à sala. Na sala estamos em mesas separadas. Na sala onde estou acho que as mesas não estão a mais de 1,5 metros de distância mas senti-me seguro porque os funcionários e a escola respeitaram as regras do Governo e dedicaram-se bastante para que este regresso às aulas presenciais corra bem e em segurança», partilhou o estudante. «Senti-me seguro devido ao espaço da escola e ao seu modo de construção que oferece muito boas condições», reforçou o estudante Nuno Nunes, também aluno do 11.º ano no “Dona Maria”.
André Cardoso frequenta a Escola Secundária da Lousã e, apesar de se ter sentido «seguro», referiu que as mesas «não estavam à distância correcta». André terá aulas quatro vezes por semana e, ontem, apenas se cruzou com os colegas do 11.º ano.

“Entre 75 e 80% regressaram às aulas”
Em termos nacionais, cerca de 80% dos alunos do ensino secundário regressaram ontem às escolas, segundo a Associação Nacional de Dirigentes Escolares, que lembra que também faltam alguns professores neste recomeço das aulas presenciais em época de pandemia. «Entre 75 a 80% dos alunos vieram hoje (ontem) às aulas», disse Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), referindo-se aos estudantes do 11.º e 12.º anos de escolaridade.
Estes números são «um bom sinal» para Manuel Pereira: «Já estávamos a contar que no primeiro e segundo dia as coisas fossem mais complicadas, mas acreditamos que à medida que as famílias se vão percebendo que está tudo a correr bem, o número de alunos deverá aumentar».
Em algumas escolas também faltaram professores. Os profissionais com doenças crónicas, como problemas respiratórios, ou que já têm entre «74 ou 75 anos tiveram receio de regressar». «As escolas já sabiam quem eram os docentes com quem poderiam contar e quais os que não iriam estar presentes. Desde a semana passada que têm as vagas a concurso, mas claro que existem situações difíceis de resolver», explicou Manuel Pereira.


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