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Machado de Castro homenageia “combatentes” da luta contra a Covid-19


Terça, 19 de Maio de 2020

O destino quis que no Dia Internacional dos Museus, que ontem se celebrou, estes espaços voltassem a abrir portas naquela que foi a segunda fase do plano de desconfinamento do Governo para o país. O Museu Nacional Machado de Castro (MNMC) festejou a data com um convite feito aos profissionais que estiveram na “linha da frente” do combate ao novo coronavírus para uma visita que foi carregada de simbolismo para os “heróis” da luta contra a Covid-19. Enfermeiros, médicos, bombeiros, padeiros, funcionários de serviços abertos ao público, e outros, respeitaram o distanciamento social e passearam por entre obras de arte num espaço histórico da cidade de Coimbra em dois grupos diferenciados, com não mais de 10 pessoas, e em dois horários diferentes.
Cláudia Nazareth, médica que é coordenadora do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), foi uma e é uma das “faces” da “linha da frente” em tempos de “anti-Covid-19”, e sentiu-se grata pela visita: «Como apreciadora de arte e deste tipo de património considero que esta foi uma excelente iniciativa. Foi a primeira vez que saí da rotina hospital e casa e soube bem estar em contacto com este espaço», afirmou a médica de 42 anos.
Silvino Cunha, por seu turno, é funcionário dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), e partilhou a vontade que o momento tenha sido «um pontapé de saída para que tudo possa começar a funcionar e a normalidade seja retomada». Silvino considerou a homenagem como «bem-vinda» entre quem não parou de trabalhar nesta altura tão difícil.
«Congratulamos a Direcção do Museu por esta iniciativa e esta dupla intencionalidade que aqui se sente. Uma delas é a homenagem ao reconhecimento e à forma como esse trabalho foi feito por parte dos profissionais de saúde. É uma honra poder, aqui, simbolizar toda uma comunidade hospitalar constituída por 8.000 pessoas que trabalham no maior hospital do país e se sente homenageada pelo seu museu nacional. A outra intencionalidade é a reabertura do museu ao público que é importante e que o tenha feito com profissionais de saúde», salientou Fernando Regateiro, presidente do Conselho de Administração do CHUC que também fez a visita. Questionado em relação à prestação que a unidade hospitalar teve durante este período de “combate”, o médico foi peremptório: «Estamos e estivemos bem preparados nos tempos que passaram, cumprimos o nosso dever. A prontidão, a disponibilidade, a competência, a serenidade, o saber e o saber fazer, o espírito de sacrifício que os profissionais dos CHUC demonstraram», disse.
Ana Alcoforado, directora do Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), explicou a base da ideia: «Pensámos nesta iniciativa enquanto uma visita simbólica e nada melhor que cada uma dessas pessoas representar um grupo profissional e apelando à responsabilidade social do museu. Esta é uma homenagem simples que dedicamos aos profissionais que, pelo mérito da sua acção, permitiram que chegássemos hoje a esta situação de podermos abrir espaços como museus».


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