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Presidente sugere que Misericórdias de Coimbra adiem visitas a lares


Quinta, 14 de Maio de 2020

João Paulo Henriques

O reinício das visitas aos lares está programado para a próxima segunda-feira, mediante o cumprimento de um conjunto de procedimentos específicos, com o objectivo de impedir que a pandemia de Covid-19 se espalhe por estes equipamentos, que foram, até ao momento, dos mais afectados pelo novo coronavírus.
Apesar de a Direcção-Geral da Saúde (DGS) ter autorizado o regresso de visitas aos lares, nem todos concordam com a decisão. O Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas está na linha da frente da contestação, uma vez que não quer estragar «tudo o que de bom foi feito».
«Estamos a ver as condições dos nossos equipamentos e vamos sugerir a todas as Misericórdias do distrito de Coimbra para adiarem, o máximo possível, as visitas, de modo a não hipotecar o que foi feito até ao momento», realçou, em declarações ao Diário de Coimbra, António Sérgio, que defendeu «a existência de locais específicos para que haja contacto visual, mas não físico».
O presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, que também é provedor da Santa Casa da Misericórdia da Pampilhosa da Serra, assumiu que «o momento é de reflexão», nomeadamente em relação às medidas propostas pela DGS.
«Não queremos que o enorme esforço de toda a gente, nos últimos dois meses, seja colocado em causa», reforçou António Sérgio, antes mesmo de lembrar que há «algumas instituições que estão em isolamento total».
No que diz respeito aos números referentes à Covid-19 nos equipamentos dedicados aos seniores nas Misericórdias do distrito de Coimbra, o presidente do Secretariado Regional não esconde a satisfação.
«Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados, que se devem às atitudes tomadas por todas as Misericórdias. Não houve registo de mortes, até agora, nas ERPI [Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas] das Misericórdias do distrito de Coimbra, tendo apenas sido registados casos na Unidade de Cuidados Continuados de Tábua», transmitiu.
A «angústia das famílias» é levada em consideração por António Sérgio, que, no entanto, reafirmou que «o esforço dos nossos funcionários não pode ser posto em causa nesta altura». «Não queremos estragar tudo o que foi conseguido, com a abertura de visitas a familiares», defendeu, antes de divulgar que, ao longo desta pandemia, «todas as instituições têm aplicado várias medidas, incluindo videoconferências, para manter a proximidade entre as pessoas».
O presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas criticou a «falta de atenção das entidades nacionais e distritais ao esforço financeiro que tem sido feito por todas as Misericórdias».
«A abertura dos lares a familiares implica mais um esforço financeiro, pois são precisos mais funcionários a trabalhar alocados a esta realidade, mas, sobretudo, também vão ser necessários mais equipamentos de protecção individual. Não somos compensados por tudo isto, que é uma despesa que ninguém contava», concretizou.


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