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Primeiro dia de feira com grande adesão de pessoas


Liliana Figueiredo Quarta, 13 de Maio de 2020

A manhã de ontem foi de azáfama na Feira Semanal de Viseu que reabriu depois de estar com a actividade suspensa, desde Março, devido à covid-19. Embora este regresso contraste com os tradicionais dias de bastante movimento, a reabertura ficou ainda assim marcada por um grande número de pessoas, tendo até existido fila logo de manhã cedo para entrar no recinto.
O Diário de Viseu esteve à conversa com os feirantes e visitantes, que se mostraram satisfeitos pelo retomar da actividade. No entanto, são todos da opinião que se deveria ter feito há quinze dias, época das sementeiras.
Maria Helena, feirante há 35 anos, não teve mãos a medir para este primeiro dia de feira. “Foi muito boa a manhã de hoje [ontem], vendemos quase tudo. Se mais tempo tivéssemos abertos ainda mais vendíamos”, realçou ao nosso jornal. Esta feirante de Tábua diz nunca ter estado tanto tempo parada e que a abertura só peca por ser tardia. “Deitei tanta coisa fora, tinha estufas cheias de plantações, mas como não as vendi estragaram-se. Foi uma pena”, lamentou a feirante.
O cebolo e a hortaliça para plantar foram alguns dos produtos com mais procura. Quem o diz é António Ferreira, feirante há 39 anos, residente em Gouveia, que também se mostrou satisfeito com as vendas. Chegaram mesmo a acabar alguns produtos que levou para o recinto e quem chegou perto da hora de almoço já teve pouca escolha. “Logo de manhã cedo vendi mais e para um primeiro dia não foi mau”, afirmou. Quanto ao preço diz estar a vender igual ao que praticava antes da pandemia. Também ele, homem do campo, defende que “deviam ter aberto a feira há 15 dias porque as coisas estragam-se e é nessa altura que pessoas compram as sementes para plantar porque na agricultura há um tempo para tudo”, acrescenta.
Também, fruto de estar parado dois meses, os prejuízos foram grandes e chegou mesmo a ter de deitar alguns legumes para o lixo.
Já Vitalina Ferreira, de Santa Comba Dão, feirante há 42 anos, vendeu em grandes quantidades cebolo, tomate e pimentos. “Vendemos o que trouxemos. Nota-se que as pessoas tinham necessidade de comprar estes produtos de época e esperaram que a feira reabrisse”, disse.
Embora tenha vendido alguma coisa, directamente a partir da sua casa durante estes meses que esteve sem fazer feiras, admite que é nestes locais que mais se vende. Quanto às medidas de segurança implementadas, concordou e disse sentir-se segura.
Também as pessoas que se deslocaram ao recinto ficaram satisfeitas com a possibilidade de poderem adquirir os produtos hortícolas e árvores. Elisabete Almeida que chegou ao recinto mais tarde já não encontrou muita variedade e opção de escolha, mas acabou por comprar uma oliveira. Também esta visitante admite que esta abertura já deveria ter acontecido mais cedo, com todas as normas de segurança devidamente implementadas. “Compensa vir aqui à feira comprar este tipo de produtos porque aqui vendem em molhos e, por isso, fica muito mais em conta do que comprar nas lojas. Já deviam ter aberto porque quem tem plantações para fazer precisa de vir aqui comprar”, afirmou. Elisabete Almeida mostrou-se ainda agradada com a forma como foi feita esta reabertura.
As normas de segurança foram cumpridas tanto pelos vendedores como pelos visitantes, com o uso obrigatório de máscara, bem como o distanciamento entre os feirantes. O acesso foi feito apenas pela entrada da Rua do Arco, com policiamento que garantiu o cumprimento de todas as normas. Os feirantes tiveram de terminar o dia às 12h00 e houve pessoas que já não conseguiram entrar depois desta hora porque o recinto já estava fechado.

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