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Utentes do Centro de Apoio à Deficiência de Santo Estêvão começaram a ser testados


Quarta, 06 de Maio de 2020


O Centro de Apoio à Deficiência de Santo Estêvão, que tem actualmente 72 utentes e 82 funcionários, não tem casos positivos de covid-19 nem pessoas com qualquer sintoma. Contudo, como medida de precaução os funcionários vão ser todos testados e, ontem, começaram a ser feitos os testes a cerca de 30 utentes, com a colaboração da autarquia de Viseu. “São feitos testes aqueles utentes que andam, nos abraçam, que falam connosco, ou seja que tem mais interacção, porque para nós fazia mais sentido começar por estes”, explica Manuela Martins, directora técnica da instituição, que relembra que não há nenhum caso de infecção na instituição, mas que os testes são feitos como medida preventiva.

Desde que o Centro de Apoio à Deficiência de Santo Estêvão interditou as visitas, apenas um utente optou por ficar em casa junto da família, tendo os restantes permanecido na instituição. Para que a comunicação se continue a manter com os familiares, a instituição mantém o contacto através de telefonemas e vídeo chamadas. “A maior parte das famílias está longe, mas temos mantido essa relação com todas as famílias que conseguimos. Começámos até a receber mais telefonemas a perguntar se está tudo bem”, afirma.

Para os que permanecem na instituição os dias continuam a ser iguais, até porque são poucos os que conseguem ter alguma percepção da pandemia que estamos a enfrentar. “Temos poucos utentes com a noção da realidade. Dos 72, temos cerca de 10 utentes que têm o nível de compreensão um bocado melhor e a esses ensinámos o que tinham de fazer. Por exemplo, que quando tossiam ou espirravam tinham de tapar com o braço, que têm de andar sempre a lavar as mãos e o porquê de nós andarmos todos de máscaras ou de viseiras. Também vêem televisão, mas estamos a falar de um nível de compreensão muito baixa”, explica. Desde o início desta pandemia que o Centro de Apoio à Deficiência de Santo Estêvão adoptou várias medidas, como a interdição de visitas; reorganizou os funcionários em três equipas, bem como reforçou a higienização. No que respeita a equipamentos de protecção individual, a instituição está bem equipada e está constantemente a reforçar o material.


Abertura do CAO é uma preocupação

Manuela Martins mostra-se preocupada com a possível reabertura do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO). “Em princípio o CAO vai ser reaberto e aí começa a haver mais movimento, mais gente, mais interacção entre os próprios utentes. Eles estão divididos por sectores, cada sector tem 12 utentes. Ou seja, neste momento eles não se cruzam, quando saímos para o espaço exterior junto ao centro, porque o fazemos por grupos. Se retomarmos o CAO poderá haver mais interacção. Temos de ir devagar, com cuidado, para não deitarmos tudo a perder”, afirma.

Em relação à possibilidade dos utentes virem a receber visitas, terão de ter em conta os novos procedimentos. “Os nossos utentes estão muito habituados a ver a família de meses a meses, nem meia dúzia vê os familiares todas as semanas. Mas caso venha a existir essa possibilidade terá de ser com uma série de procedimentos bastante rígidos para diminuirmos a possível entrada do vírus”, diz.


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