Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Mais de 2.700 informações falsas detectadas por dia nas redes sociais na Europa


Terça, 05 de Maio de 2020

A Comissão Europeia tem registado, diariamente, mais de 2.700 artigos com ‘fake news’ relacionadas com a covid-19 nas redes sociais, entre publicações falsas ou enganosas, divulgou hoje Bruxelas, alertando para a “elevada desinformação” na Europa sobre a pandemia. “A Comissão identifica, diariamente, mais de 2.700 artigos com potencial desinformação relacionada com o novo coronavírus”, refere o executivo comunitário num relatório hoje divulgado sobre as ‘fake news’ (notícias falsas) em altura de pandemia.
Tendo por base os “milhões de ‘posts’ [publicações] falsos ou enganosos” reportados pelas plataformas ‘online’ à Comissão Europeia, a instituição observa no documento (datado de final de Abril) que “existe um potencial muito grande de desinformação a florescer”. “A desinformação relacionada com o novo coronavírus, desde a propagação de esquemas perigosos e de informações enganosas sobre os cuidados de saúde, até à fraude para os consumidores, é prejudicial tanto para a saúde pública, como para os consumidores”, realça o executivo comunitário.
E precisa: “Alegações falsas de que ‘não ajuda lavar as mãos’ ou de que ‘o novo coronavírus é apenas um perigo para os idosos’ podem pôr vidas em perigo”.
Bruxelas adianta que a União Europeia (UE) e os seus Estados-membros “estão determinados a combater as acções de quem tenta explorar a crise para pôr em risco a vida dos cidadãos ou que espalham propaganda e narrativas de ódio”.
Estes dados foram transmitidos ao executivo comunitário por plataformas digitais como a Google, Facebook, Twitter, Microsoft e Mozilla, que se comprometeram no final de 2018 a combater a desinformação nas suas páginas, através da assinatura de um código de conduta contra as ‘fake news’, um mecanismo voluntário de auto-regulação que nos últimos meses tem sido centrado na desinformação sobre a covid-19.
Também num relatório hoje divulgado, de acompanhamento deste código de conduta e referente a 2019, o Grupo de Reguladores Europeus dos Serviços de Media Audiovisuais (ERGA) alerta para a necessidade de “proteger uma sociedade democrática que é ameaçada pela desinformação politicamente motivada”. “A existência deste perigo é confirmada […] pela abundância de falsas notícias, orientadas pelo lucro e/ou por objectivos políticos, que acompanharam o recente surto e a resposta à covid-19 em todas as plataformas disponíveis na Europa”, acrescenta a ERGA no seu relatório.
Referindo que “é necessário considerar a revisão do código de conduta”, nomeadamente de forma a incluir neste mecanismo todas as plataformas digitais existentes na Europa, a ERGA pede ainda à Comissão Europeia “uma mudança da actual abordagem auto-reguladora flexível para uma abordagem mais correguladora”.
Reagindo ao relatório, a vice-presidente do executivo comunitário para os Valores e a Transparência, Věra Jourová, destaca em comunicado o “primeiro impacto positivo” do contacto entre Bruxelas e as plataformas. Porém, Věra Jourová admitiu haver “muito a fazer”, pelo que remeteu mais medidas para o Plano de Acção para a Democracia Europeia, que será divulgado pela Comissão, ainda sem data.
Recentemente, o combate à desinformação na UE esteve em foco numa polémica relacionada com alegada cedência do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE) a pressões da China.
A polémica surgiu com um artigo do jornal New York Times, na semana passada, segundo o qual o mais recente relatório do SEAE sobre ‘fake news’ foi alterado depois de pressões da China para que a linguagem fosse suavizada.


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