Estado de Emergência que vigora desde Março devido à Covid-19 fragilizou ainda mais as famílias carenciadas e obrigou outros agregados a recorrer a instituições como o Banco Alimentar ou a Cáritas.
Maria, mãe solteira, com dois filhos menores a cargo, trabalhava num restaurante no concelho de Leiria, mas o fecho de portas do espaço devido ao Estado de Emergência para combater a Covid-19 – que vigora desde 19 de Março, foi renovado por duas vezes, e estende--se actualmente até 2 de Maio –, deixou-a sem rendimentos, obrigando-a a recorrer ao Banco Alimentar Contra a Fome.
Como Maria - nome fictício -, há centenas de famílias que já começaram a sentir os efeitos da pandemia. E o responsável pelo Banco Alimentar de Leiria-Fátima acredita mesmo que há quem esteja a passar fome. “Há gente a passar fome”, afirma Adelino Simões, constatando que os pedidos de ajuda “já não vêm apenas daquelas famílias tradicionais carenciadas, que são cerca de 20 por cento” do apoio prestado pela instituição.
“Agora, estamos a falar de um problema que veio trazer ainda mais pessoas carenciadas”, alerta.
Dados divulgados ao nosso jornal por Adelino Simões apontam para o registo de duas centenas de agregados familiares, que entre Março e Abril, solicitaram apoio ao Banco Alimentar de Leiria-Fátima. São, sobretudo, famílias, algumas delas com filhos menores, que residem em Leiria, nas freguesias limítrofes e nos concelhos vizinhos, abrangidos pela área de intervenção da instituição. A maioria são famílias portuguesas.
