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Fábrica da PSA prepara regresso dos trabalhadores em segurança


José Fonseca Quarta, 22 de Abril de 2020

Os responsáveis do Centro de Produção de Mangualde do grupo PSA, que está parado desde o passado dia 18 de Março, ainda não sabem quando é que será possível retomar a actividade, mas quando os colaboradores regressarem aos seus postos de trabalho irão fazê-lo seguindo medidas sanitárias reforçadas, de forma a garantir a saúde de cada um dos trabalhadores.
A garantia foi dada ontem aos jornalistas pelo director de Comunicação e Relações Institucionais da empresa, Jorge Magalhães, depois de uma visita guiada às instalações com o objectivo de apresentar as medidas que foram elaboradas, inclusivamente, com a colaboração e o contributo da representação dos trabalhadores e as autoridades de saúde”, e “implementadas e auditadas pelo grupo PSA e pela Direcção Geral da Saúde”.
Questionado pela comunicação social sobre a retoma da produção, admitiu que está dependente de vários factores, explicando que a data será “articulada em diálogo com a representação dos trabalhadores e terá de ter também em consideração o nível de liberdade que o Governo e as autoridades permitirem às empresas retomarem, não apenas a produção industrial e a actividade industrial, mas também a actividade comercial”. “Neste momento, estamos preparados, embora a data de retoma ainda não esteja definida”, sublinhou.
De acordo com os responsáveis do centro de produção, foram implementadas mais de uma centena de medidas, que começam nos acessos à fábrica e também implicam mudanças na forma como são usadas as casa-de-banho e a cantina.
Ninguém entra sem que lhe seja medida a temperatura. Se a pessoa acusar mais do que 37,5 graus de temperatura já não entra, mas se os sintomas surgirem já no interior das instalações há três salas de isolamento, para que fique isolado e entre em contacto com a linha da Saúde 24. Não há visitas à fábrica, nem reuniões presenciais. E os ‘briefings’ matinais estão suspensos. Os fluxos de funcionários foram alterados para que não haja aglomerados e cruzamento de fluxos. Cada trabalhador tem a sua área de trabalho definida. Por mail ou por correio, cada colaborador receberá indicações sobre as novas medidas que também se aplicam ao comportamento do trabalhador fora da fábrica, sendo, por exemplo, desaconselhado partilhar boleias. A empresa garante ainda um kit de protecção para cada colaborador com máscaras, óculos ou viseira, luvas e gel desinfectante. Durante cada turno estão previstas várias paragens para a higienização do posto de trabalho, do colaborador e das suas ferramentas.
A cantina está com o acesso limitado e há espaçamento entre os utilizadores. As mesas têm papel e desinfectante para que os colaboradores as desinfectam antes e depois de usarem. Os colaboradores terão de trazer a comida de casa. Há sinalética no chão e painéis informativos espalhados por todas as paredes.
Questionado pelos jornalistas, Jorge Magalhães explicou que é difícil saber qual o impacto que essas medidas poderão ter na produção que, antes da paragem, era de 336 viaturas por dia. Quanto ao impacto da paragem, adiantou que a PSA espera que seja possível retomar a actividade “o quanto antes”. “Quanto mais tempo demorar a retoma, mais impactos teremos ao nível económico, social, de exportações, portanto, toda a actividade industrial do país”, sublinhou.
“A retoma vai acontecer de forma gradual e faseada, com apenas um dos três turnos, de modo a perceber como é que as medidas estão a ser seguidas e se é preciso fazer alterações. Teremos equipas mais reduzidas de trabalhadores a laborar, por numa questão de segurança, ajustaremos passo a passo e de forma segura todos os momentos até termos o contexto para termos a fábrica que possa funcionar em pleno”, explicou.


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