O país entrou ontem em fase de mitigação do combate à infecção pelo novo coronavírus, considerada a terceira e a mais grave fase de resposta à doença Covid-19, que é activada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
Nesta fase, os doentes ligeiros ficam em casa, os moderados vão aos centros de saúde, os graves, mas não críticos, são encaminhados para os hospitais e os críticos são internados, sendo envolvidos na resposta todo o sistema de saúde, público e privado.
Em Coimbra, há cerca de duas semanas que nos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar de Coimbra as respostas estão a ser preparadas para este momento, com todas as unidades a criarem áreas reservadas a doentes Covid-19 e a prepararem-se para encaminhar os doentes suspeitos para a melhor resposta de acordo com os sintomas apresentados.
«Os Centros de Saúde têm três circuitos. Atendimento telefónico, uma área de “limpos” e uma área exclusiva para casos Covid, para pessoas com sintomas como tosse, febre, dores musculares e dificuldades respiratórias», explicou ao Diário de Coimbra João Rodrigues, vice-presidente da Administração Regional da Saúde do Centro (ARSC), esclarecendo que, nesta fase, a ideia é que todas as pessoas com esta sintomatologia façam testes de despistagem de Covid-19, o que, no caso de Coimbra, deverá acontecer a partir de segunda-feira nos dois centros de testes disponibilizados no âmbito de um acordo entre a ARSC e a Universidade de Coimbra (UC), que prevê a instalação de um laboratório no edifício da Faculdade de Medicina, no Pólo I (ver texto na página 4).
A Praça da Canção acolherá, como já tinha sido avançado, o chamado “Covid-Drive”, para os cidadãos que, referenciados pelas unidades de Saúde, possam deslocar-se de carro. O outro local são contentores instalados junto ao antigo Hospital Pediátrico onde, aliás, está também a funcionar a unidade de atendimento a doentes Covid-19 dos Centros de Saúde de Celas, Eiras e Fernão de Magalhães, confirmou João Rodrigues. No Centro de Saúde de S. Martinho do Bispo foi criada uma unidade própria, resultado da fusão deste com a USF Mondego. O mesmo acontecendo com o Centro de Saúde de Santa Clara. O de Norton de Matos tem a sua área de doentes Covid.-19, adiantou o responsável. Em todos estes locais, há uma equipa composta por um médico, um enfermeiro e um assistente, «devidamente equipados e protegidos» que farão a triagem doentes com sintomas e decidirão se, face à sintomatologia, aguardarão o resultado dos testes em casa (com acompanhamento da respectiva unidade de saúde) ou no hospital.
O secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales deixou claro que a porta de entrada no SNS continua a ser a Saúde24 e João Rodrigues reforça que a via telefónica é a melhor forma de fazer uma primeira triagem. Até porque, como sublinhou, os Centros de Saúde continuam a manter «a sua função de vacinação, tratamento de feridas, injecções ou apoio a doentes crónicos», rematou.|
