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Portugal quer aumentar os infectados em casa


Domingo, 22 de Março de 2020

Portugal vai adoptar um novo modelo de tratamento aos infectados com o vírus da covid-19 na próxima semana, que passa pelo aumento do acompanhamento em casa, disse ontem a ministra da Saúde. Marta Temido explicou que «face àquilo que tem sido o alargamento da expansão geográfica» dos casos de infecção e à «tendência crescente da curva epidémica», será «aplicado um novo modelo na abordagem ao doente» a partir de quinta-feira.
Actualmente, há já um conjunto de doentes tratados em casa, sendo o objectivo chegar aos 80% dos infectados, disse, por sua vez, a directora-geral da saúde, Graça Freitas.
«O que se pretende é agilizar e reforçar essa possibilidade, garantindo que os doentes são depois seguidos mesmo no seu domicílio», afirmou a ministra.
Marta Temido e Graça Freitas falavam na conferência de imprensa diária no Ministério da Saúde de acompanhamento da situação da pandemia do vírus da covid-19 em Portugal.
Segundo Marta Temido, esse novo modelo exige também «algumas adaptações» por parte das unidades de saúde para permitir, por exemplo, a separação de áreas para doentes infectados com o novo coronavírus, que começarão a ser organizadas no início da semana.

SNS tem 9.000 testes
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem um stock de 9.000 testes para a covid-19 e o sector privado cerca de 17.000, avançou a ministra da Saúde, adiantando que o Governo está a procurar adquirir mais. «Estamos a trabalhar através do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, temos um stock que permite 9.000 testes no Serviço Nacional de Saúde e temos uma informação do que o sector privado terá cerca 17.000 testes disponíveis para o serviço de todos», afirmou Marta Temido.
A ministra disse ainda que estão a realizar um «conjunto de contactos» com várias entidades e a procurar fazer «uma aquisição de testes significativa» que permita «um maior folgo» aos serviços de saúde. Relativamente às máscaras, Marta Temido adiantou que às 22h00 de sexta-feira a reserva estratégica nacional tinha mais de dois milhões de máscaras tipo 2 (cirúrgicas) e um conjunto de entregas para distribuição. A ministra defendeu que é necessário assegurar que «a capacidade de aquisição é garantida» e que a reserva estratégica nacional não fique baixa e a distribuição seja feita conforme a necessidade dos serviços de saúde. «É importante que se perceba que os equipamentos de protecção individual são de facto um bem escasso» e que é preciso gerir «o mais racionalmente possível», afirmou Marta Temido, que disse compreender «a ansiedade de quem continua a trabalhar nos mais diversos sectores», como supermercados, farmácias ou indústrias que se mantêm a trabalhar.
Portugal elevou ontem para 12 o número de mortes associadas ao vírus da covid-19, o dobro face a sexta-feira, segundo o boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que regista 1.280 casos confirmados de infecção. Segundo a DGS, há 156 doentes internados, 35 dos quais em cuidados intensivos. A grande maioria (1.124) está a recuperar em casa.|


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