Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Empresários exigem medidas de apoio e estado de emergência


Quarta, 18 de Março de 2020

Preocupadas com as medidas tomadas no âmbito do Covid-19, que consideram «insuficientes», as associações empresariais da Lousã, Miranda do Corvo, Poiares e Penela, exigem que o Governo «estabeleça rapidamente um pacote de medidas de apoio específicas e declare o estado de emergência». Numa tomada de posição conjunta, a Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL), a Associação Empresarial de Poiares (AEDP), o Clube de Empresários de Miranda do Corvo e o Núcleo Empresarial de Penela (NEP) demonstram a sua preocupação relativamente às medidas tomadas pelo Governo. As razões são muitas, a começar pelo facto de 80% destas empresas serem «microempresas», com um número de trabalhadores que não ultrapassa os cinco e um volume de negócios de 200 mil euros/ano. «O encerramento das escolas e situações em que os colaboradores tenham que se confinar em casa vão afectar o seu funcionamento, ao ponto de serem obrigadas a encerrar», alertam, referindo que se trata da ante-câmara para o «encerramento total da actividade».
Carlos Alves, presidente da AESL, considera que «estamos perante uma situação grave», com os empresários, «por sua conta e risco» a optarem, «de forma voluntária, por encerrar os seus estabelecimentos como medida preventiva, assumindo os pagamentos aos colaboradores, fornecedores e outros, incorrendo em dificuldades para honrar os seus compromissos». Grande parte destas micro e pequenas empresas «não dispõem de tesouraria para aguentar mais de duas semanas nesta situação», alerta.
As associações, que representam «mais de 3.000 empresários, com um volume de negócios de cerca de 900 milhões de euros» apontam os «recordes de vendas das grandes empresas», em contraste com a situação do pequeno comércio, «uma estrutura muito frágil», que «sente necessidade de fechar, por prevenção, por precaução, porque os seus colaboradores têm filhos e é necessário ficar em casa». Muitas destas empresas, referem, em comunicado, «são negócios familiares, criados a partir do esforço de uma vida inteira dedicada à sua comunidade, contribuindo de forma sustentada para a economia local».
Alfredo Simões, presidente do NEP, considera «imperativo» que o Governo «estabeleça rapidamente um pacote de medidas de apoio específicas a estas micro e pequenas empresas», de forma garantir que possam «efectuar os pagamentos aos seus colaboradores e fornecedores». Defende, ainda, uma «articulação entre o Governo e a Banca, de modo a prorrogarem as obrigações bancárias e/ou através da injecção de capital, para o apoio destas micro e pequenas empresas».
Hugo Serra, presidente do CEMC, acredita que «quanto mais depressa tomarmos medidas drásticas e com impacto a nível nacional e em todos os sectores, mais depressa se retorna ao normal funcionamento e com consequências menores para as pessoas, economia e empresas». Por isso, em sintonia, as associações empresariais exigem que o «Governo estabeleça rapidamente um pacote de medidas de apoio específicas e declare o estado de emergência para que o controlo e erradicação desta pandemia seja o menos demorado possível».
«Os empresários precisam saber com o que podem contar no final do mês,de forma a ficarem mais descansados», rematam os empresários.|


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