O Presidente da República anunciou ontem que convocou o Conselho de Estado para quarta-feira com o objectivo de discutir a «eventual decisão de decretar o estado de emergência» em Portugal devido à pandemia de Covid-19.
O anúncio foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa, que está em quarentena voluntária, em sua casa, em Cascais, através de uma mensagem em vídeo publicada no site da Presidência da República.
A partir de casa, Marcelo disse ter «acompanhado a situação minuto a minuto» e por isso decidiu «convocar o Conselho de Estado para a próxima quarta--feira para que se debruce também sobre a eventual decisão de decretar o estado de emergência». Ontem à tarde, depois de ter conversado por videoconferência com Marcelo a partir da Residência Oficial de São Bento, o primeiro-ministro, António Costa, remeteu para o Presidente a decisão quanto ao estado de emergência.
No vídeo, Marcelo disse tratar-se de uma «comunicação pessoal do Presidente da República», de «agradecimento e solidariedade para com todos os portugueses», acrescentando que a comunicação formal ao país fá-la-á na quarta-feira depois da reunião do Conselho de Estado, um órgão de consulta do Presidente da República.
Pela positiva, numa mensagem de vídeo de 3:37 minutos, em que disse por duas vezes «vamos vencer», o chefe do Estado quis agradecer a resposta dos portugueses ao surto do novo coronavírus, «uma verdadeira quarentena voluntária dos portugueses nos últimos dias», o seu «civismo, maturidade, compreensão, a solidariedade, o respeito pelos outros». E agradeceu «novamente» aos profissionais de saúde que «trabalham 24 em 24 horas», que «e «ultrapassam a si mesmos».
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que «aquilo que é preciso decidir será decidido, as medidas que é preciso tomar serão tomadas», a avaliação «será feita hora a hora, dia a dia» numa altura em que os órgãos de soberania estão «juntos, Presidente da República, parlamento, Governo», e com «partidos solidários».
O Presidente recordou que, ao longo da história, os portugueses venceram muitos desafios, como a «pneumónica, há 100 anos», «crise económicas e financeiras» e concluiu: «Vamos vencer».
