O sobrinho do sucateiro Manuel Godinho, principal arguido do processo “Face Oculta”, disse na sexta-feira estar arrependido do que fez quando trabalhava para o tio nos negócios da gestão de resíduos.
“Não me orgulho nada daquilo que fiz. Eu nunca mais vou querer fazer aquilo”, declarou Hugo Godinho, durante a audiência de cúmulo jurídico no Tribunal de Aveiro.
O arguido, que foi condenado a um cúmulo jurídico de quatro anos e meio de prisão efectiva no âmbito do processo “Face Oculta”, referiu ainda que sente “vergonha” por tudo o que viveu durante o julgamento.
A audiência de cúmulo jurídico surgiu na sequência de ter sido declarado prescrito o crime de perturbação de arrematações pelo qual Hugo Godinho tinha sido condenado, sendo necessário fazer um novo cúmulo jurídico com as penas aplicadas pelos restantes crimes (furto qualificado, burla qualificada e corrupção activa para acto ilícito).
A procuradora da República sublinhou que o crime de perturbação de arrematações foi o “menos grave” pelos quais o arguido foi condenado, tendo tido “um peso muito pouco expressivo” na pena única que foi aplicada na primeira instância.