Os cerca de 20 refugiados sírios acolhidos pelo Centro Humanitário de S. João da Madeira da Cruz Vermelha Portuguesa estão a integrar-se de forma positiva na cidade e na região.
“Aqui é melhor para os estudos e para o meu pai trabalhar; a vida aqui é melhor”, disse à agência Lusa Aya Kahwaji, de 19 anos, porta-voz de uma família de 13 elementos que participou na recente Ceia de Natal da instituição.
Dando conta de que a rotina diária inclui a ida à escola, assim como visitas ao “shopping” e as necessárias voltas para comprar comida e o mais que é necessário, o jovem foi enfático quanto à forma como é acolhido: “Gosto muito das pessoas aqui; sorriem na rua e cumprimentam-nos sempre”.
Aya Kahwaji, que partilha casa com o pai, a mãe, os irmãos gémeos mais novos, um outro irmão mais velho e a avó paterna, enquanto os tios e dois primos vivem noutra habitação, frequenta aulas de Português na Escola Serafim Leite, enquanto a família tem aulas com voluntários do Corpo Europeu de Solidariedade para ultrapassar a barreira linguística que impede o pai de Aya, Noor Kahwaji, de entrar no mercado de trabalho, depois de uma experiência num supermercado egípcio.
“Quero ir para a universidade no próximo ano, estudar Medicina ou Farmácia”, salientou, com nota de que o seu irmão mais velho, Hadi Kahwaji, de 21 anos, “quer estudar Engenharia”. Por agora tem aulas de Português. Acrescentou que completara a escola Secundária no Egipto, ponto de passagem antes de virem para o nosso país, onde querem “ficar o resto da vida”.
A família de Ibrahimi Kanjo e Surya Al Haj Hussein também esteve presente na celebração do Centro Humanitário, com os três filhos, Ahmad, Marian e Mohammad, de 5, 4 e 3 anos, respectivamente.
