historiadora Raquel Varela foi desafiada a conhecer por dentro a antiga Fábrica Alba, em Albergaria-a-Velha. Através da análise de antigas fichas dos trabalhadores da metalúrgica, Raquel Varela, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, pôde perceber o importante papel que esta grande indústria desempenhou no desenvolvimento do concelho. A Alba, um ícone de Albergaria e não só, foi fundada por Augusto Martins Pereira em 1921 e lá chegaram a trabalhar 700 operários em simultâneo. Acabaria por definhar no final da década de 1990 e fechou as portas no início deste século. O trabalho de investigação de Raquel Varela sobre a história económico-social da empresa vai dar origem a um livro, a ser lançado no próximo ano
Diário de Aveiro: Como nasceu a ideia de fazer uma investigação histórica sobre a Fábrica Alba?Raquel Varela: Há algo em Albergaria que ninguém imagina. Trago colegas de outras partes do mundo para ver. O arquivo dos trabalhadores da Alba está digitalizado com as fichas, entradas, saída, idade, formação, acidentes, origem, quase tudo... É um mundo para estudar de forma intensiva a classe trabalhadora portuguesa e, claro, a história de Portugal, porque a Alba é uma das grandes empresas metalúrgicas do país no século XX. Saliento aqui a pessoa do seu vice-presidente, o dr. Delfim Bismark, e de todo o pessoal do arquivo.