“Temperou-nos para a vida!”, considerou José Fernando Correia, porta-voz do grupo de combatentes de Estarreja, sobre o que as guerras coloniais provocaram naqueles que nesses conflitos lutaram.
Ontem, pelas 15 horas, foi inaugurado o monumento de “Homenagem do Município de Estarreja aos Combatentes do Ultramar/1961-1974”, que, criado pelo arquitecto Paulo Reis, se tornou perene no Largo da Estação. Afinal, foi o lugar onde os jovens soldados se puseram a caminho dos seus destinos de combate.
Em nome do grupo que, com a Câmara Municipal presidida por Diamantino Sabina, lançou mãos a esta empreitada de justiça, José Fernando Correia evocou os que se viram lançados em guerras, que, se “hoje parecem distantes”, deixaram neles cicatrizes e “feridas ainda abertas”.
Ao Diário de Aveiro tinha dito que “é sempre tempo de fazer justiça” aos que se deram em defesa da “pátria”. Evocou os inevitáveis “custos pessoais e familiares” que os combatentes tiveram de pagar, mas também salientou o amadurecimento que as campanhas em África lhes proporcionaram: “De rapazes a homens: fomos numa condição e voltamos noutra”, sublinhou.
Tal como, depois, faria o representante da Liga dos Combatentes, José Fernando Correia não se esqueceu de homenagear as mulheres, que, na frente interna, tiveram de assumir o cuidar das famílias, ainda ajudando no que podiam quem por lá andava. “Heroínas” também elas.
Não deixou de lado a esperança de que a sociedade venha a reconhecer plenamente o contributo destes homens. Que – enfatizou – também estiveram na génese do 25 de Abril de 1974, “dia de esperança, paz e liberdade”.
