Na encosta da Serra do Caramulo, Alcafaz (um pequeno lugar da União de Freguesias de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão) é hoje considerada um exemplo do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, devido ao dispositivo de protecção contra o fogo criado pela vontade do povo, com a ajuda do poder local.
Foi aberto um estradão que envolve a aldeia num anel de segurança e no interior foram arrancados os eucaliptos junto às casas e substituídos por árvores de fruto. A abundância de nascentes foi aproveitada para armazenar água em depósitos de grande capacidade, que alimentam por gravidade quatro bocas-de-incêndio, equipadas com mangueiras que chegam a todas as casas, e uma delas ainda dá para abastecer autotanques dos bombeiros.
A situação, apesar do perigo potencial, por se tratar de uma aldeia a meia encosta numa zona de denso eucaliptal, é hoje bem diferente da de 2016, em que “só não arderam as casas e ardeu tudo à volta”, e de 1986, quando se deu o grande incêndio do Caramulo, em que morreram vários bombeiros e que acabou extinto ali.
Percebe-se logo ao virar para a estrada municipal que dá acesso a Alcafaz: depois de umas quantas curvas, um grande painel informativo com diferentes cores e um ponteiro indica o grau de risco de incêndio, consoante a temperatura e humidade. O grande ponteiro é mudado manualmente pelos sapadores florestais, mas a ideia é automatizá-lo com sensores.