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Homem acusado de degolar a mãe em Almada conhece hoje acórdão


Quarta, 26 de Junho de 2019

Um homem acusado de desferir 22 facadas e de degolar a mãe, no concelho de Almada, no distrito de Setúbal, após uma discussão, em Junho do ano passado, conhece hoje o acórdão. A leitura do acórdão está agendada para as 14:00 no Tribunal de Almada.

Segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, o arguido, actualmente com 24 anos e preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Setúbal, vivia na residência da mãe juntamente com a sua filha de 2 anos e a sua companheira.

Em 05 de Junho de 2018 chegou a casa pelas 19:30 e, após tomar conhecimento da discussão que decorreu na tarde desse dia entre a sua companheira e a sua mãe, “desferiu duas bofetadas na cara” da vítima e “agarrou-lhe o pescoço com as duas mãos, apertando-o com força”. Pouco depois, o arguido e a sua companheira abandonaram a residência, levando a menor e alguns dos seus pertences pessoais.

Cerca de três semanas depois, em 27 de Junho, em hora não concretamente apurada, mas entre as 22:00 e as 23:00, Nuno Teixeira deslocou-se à residência da sua mãe, Etelvina Silva, para recolher alguns bens pessoais.

O MP relata que “a certa altura, por motivos não concretamente apurados”, filho e mãe “começaram a discutir” e o arguido dirigiu-se à cozinha e pegou numa faca, com uma lâmina com 9 centímetros de comprimento. “Empunhando a referida faca numa das mãos, o arguido regressou ao quarto onde a mãe se encontrava e, com o propósito de lhe tirar a vida, agarrou-a com a mão que tinha livre, desferindo-lhe dois golpes sucessivos no pescoço, mais concretamente, na região carotidiana direita, os quais lhe seccionaram a carótida, jugular e traqueia (…)”, descreve a acusação.

De seguida, já com a vítima caída sobre a cama, “o arguido desferiu-lhe diversos golpes com a faca, atingindo-a em diversas partes do corpo, nomeadamente no pescoço, na cabeça, no tórax e nas mãos".

O MP conta que a ofendida, “já sem forças, ainda tentou fugir na direcção da porta do quarto, mas foi facilmente alcançada pelo arguido que lhe desferiu mais um número não apurado de golpes no seu corpo”.

No total, o arguido desferiu 22 golpes com a faca no corpo da sua mãe, que lhe causaram a morte. "Depois de ter esfaqueado a sua mãe até à morte, o arguido lavou-se, limpou o chão da sala/cozinha da residência, abandonou o local e foi trabalhar no dia seguinte, sem que os factos que acabara de cometer tivessem tido qualquer impacto na sua rotina diária”, sustenta a acusação do MP.

O arguido está acusado de um crime de homicídio qualificado e de outro de ofensa à integridade física qualificada.


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