Julho de 2015. A “bomba atómica” explodia o Beira-Mar tal como se conhecia. A equipa de futebol profissional desaparecia e o clube era relegado para as profundezas do futebol distrital de Aveiro. As lágrimas “auri-negras” transportavam raiva pela impotência de salvar um histórico da queda. A resiliência tinha de ganhar expressão pela força de braços e foi preciso arregaçar as mangas e colocar mãos à obra depois de secar as lágrimas em pleno “Mário Duarte”. Essa força de braços de voluntários, entre eles Hugo Coelho, actual presidente, e António Leite, vice-presidente, e mais cerca de uma dezena de “auri-negros”, iniciou o processo de renascimento do clube.
Olhar o “Mário Duarte” feito matagal doía a alma. Ficar a olhar não era solução. O clube lançava desafios aos adeptos para se juntarem na limpeza do estádio que havia de ser a morada da equipa outra vez. Um regresso com mãos pintadas nas paredes, com ajudas desinteressadas de empresas e adeptos, até ao dia da primeira felicidade distrital: o “Mário Duarte” estava de pé. De repente, o fim anunciado do Beira-Mar era o início desejado da refundação em plena comunhão com os adeptos que estavam ausentes. E regressaram, com o regresso do clube.