Sara Tarrafa já perdeu a conta ao número de vezes em que esteve desempregada. Foram “várias”, mas a última foi a “pior”. Prolongou-se por quatro anos. Licenciada em Matemática (ramo educacional), ocupou o tempo com a “lida da casa”, a filha, explicações de matemática e algumas horas de formação. Nestes dias longos, descobriu que tinha jeito para a doçaria: “Foi um ‘hobbie’ que me distraiu bastante”.Na época, estava inscrita no Centro de Emprego da Figueira da Foz e, por várias vezes, foi convocada para sessões onde lhe apresentavam ofertas de emprego e de cursos. “Eram momentos infrutíferos porque o que me ofereciam não me interessava minimamente. Nessa altura, havia pouca gente com formação superior nas sessões. Cheguei a ser a única numa sala com 20 pessoas”, conta. Nesse período – continua –, “o Centro de Emprego não tinha soluções para licenciados. Lembro-me de pedir para frequentar cursos que, não estando relacionados com a minha área académica, me interessavam, mas diziam-me sempre que eu tinha habilitações a mais para os poder frequentar. Houve uma altura em que tive vontade de rasgar o diploma: em vez de me abrir portas, fechava. Estava muito saturada de estar em casa, de ser doméstica”, confessa.
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