Um sargento-ajudante (SAJ) assumiu ontem no Tribunal de Sintra ter recebido, entre 2013 e 2016, 100 mil euros através do esquema de corrupção nas messes da Força Aérea, que passava pela sobre-facturação de bens alimentares. O SAJ António Paulo, o terceiro arguido a prestar declarações no julgamento do processo conhecido como Operação Zeus, com 68 arguidos, 30 dos quais militares e 38 civis, entre empresas e pessoas individuais, disse ao colectivo de juízes que passou a trabalhar na messe da Base Aérea n.º 5 (BA5), em Monte Real, no concelho de Leiria, em Junho de 2013.O arguido explicou que o dinheiro sobre-facturado era entregue pelos fornecedores em envelopes, guardado num cofre na base e, posteriormente, dividido, em partes iguais, por si, pelo sargento-ajudante António Gouveia e pelo major Rogério Martinho, os outros dois arguidos no processo que também trabalhavam, à data, na messe da BA5.A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu, ao todo, 125 mil euros ao SAJ António Paulo, a maioria escondido num anexo de uma casa de férias em Vieira de Leiria, propriedade de um terceiro (que desconhecia os factos), mas este arguido indicou que 25 mil euros pertenciam ao SAJ António Gouveia.Cerca de 21 mil euros foram apreendidos no quarto na base e perto de 17 mil euros na bagageira do carro, numa caixa de sapatilhas.
Leia a notícia completa na edição em papel.
