Cirurgião denuncia riscos nos transplantes do CHUC

Antonino Barros, cirurgião que se demitiu do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) com alegações de justa causa, apresentou uma queixa na Inspecção-Geral de Actividades em Saúde (IGAS) em que aponta riscos para os doentes nos transplantes de fígado. Sem vínculo profissional à função pública desde o início do ano, o antigo cirurgião da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos (UTHPA), um dos poucos no país com autonomia plena neste tipo de cirurgias, contextualiza a demissão por justa causa num quadro de «sistemática falta de cirurgiões e internos nos transplantes hepáticos», o que, prossegue, «colocou doentes em risco» e impediu «a realização de transplante por falta de pessoal». Antes da formalização da demissão, em Outubro de 2015, Antonino Barros apresentara já um pedido de licença sem vencimento por falta de condições de trabalho, aceite pelos serviços e mais tarde interrompida na sequência de uma «garantia verbal» do coordenador da UTHPA, Emanuel Furtado, que dava com certa a resolução do problema de falta de pessoal, diz o médico na queixa. No entanto, relata, «os problemas persistiram».