Escolhiam meios rurais e locais pouco movimentados ou isolados, dirigindo-se a pessoas especialmente vulneráveis em função da idade, e usavam uma mentira que já não é nova. Em Agosto e Setembro do ano passado, dois indivíduos de 73 e 49 anos, residentes em Portalegre e sem qualquer actividade profissional, abordaram diversos seniores nas suas casas ou imediações, persuadindo-os a entregar as notas de 50 e 20 euros que tivessem em seu poder porque, alegavam, iam sair de circulação. Vão ser julgados em breve no Tribunal de Coimbra pelos crimes de roubo e burla qualificada.
O despacho de acusação do Ministério Público dá conta dos crimes praticados em quatro situações de contornos idênticos, ocorridas em localidades do norte do distrito de Leiria. A primeira, a 18 de Agosto, foi registada numa aldeia do concelho de Pombal. Os dois arguidos identificaram-se como funcionários municipais perante um casal de septuagenários e, convencendo-os de que tinham de entregar as notas para trocar, levaram-lhes os 5.000 euros que tinham amealhados e ainda dois telemóveis no valor de 150 euros. As vítimas, uma delas com mobilidade reduzida, não conseguiram evitar o roubo e ficaram «numa situação económica difícil», «sem meios para fazer face às suas despesas».
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