São precisos cerca de 15 anos para que as mais de 500 mil árvores já plantadas no Pinhal de Leiria possam recuperar a paisagem que já fez da região um dos ‘pulmões’ de Portugal. Mais de 86% das matas nacionais ardeu no incêndio de 15 de Outubro de 2017. Seis meses depois, já foram plantados milhares de pinheiros para reflorestar a área queimada, sobretudo pinheiro bravo, mas ainda há muito a fazer, a começar pela protecção dos restantes 14% do pinhal que não ardeu.
Domingos Patacho, coordenador da Quercus do Ribatejo e Estremadura da associação ambientalista Quercus, mostra--se preocupado com a falta de limpeza das matas, que já deveria estar a decorrer, e tendo em conta a obrigatoriedade de limpar os terrenos até ao final de Maio.
“Seis meses depois, há 14% que não chegou a arder. É importante trabalhá-los e tratá-
-los e fazer a gestão das áreas, nomeadamente, cortar as espécies invasoras, como as acácias, para reduzir a carga combustível, para tentar que, em caso de incêndio, não ponha em causa todo o pinhal”, defende o ambientalista, assegurando que, no geral, esse trabalho “não está feito, tirando algumas faixas de gestão de combustível”.