"O rio está morto". Foi desta forma que Rui Crespo, presidente da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres (CADRM), descreveu a condição actual do curso de água à Comissão de Ambiente da Assembleia da República (AR), que, ontem de manhã, pode presenciar de perto o problema de poluição, numa visita que os levou ao longo do curso da Ribeira dos Milagres, no concelho de Leiria.
"Morreu completamente. Não há um peixes. A ribeira não tem qualquer vida para além de muitos insectos e de ratazanas. Todo o peixe morreu, não sobrou um sequer", sustentou Rui Crespo perante a Comissão de Ambiente da Assembleia da República.
Segundo o presidente da CADRM, anos e anos de descargas suinícolas, que se vêm a arrastar desde a década de 70, contribuíram para o actual estado da ribeira, leito onde a água corre com um tom castanho e com cheiro intenso, rodeada por campos saturados de resíduos, 'tubos ladrão' e lagoas de decantação não impermeabilizadas.