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Receava as “luzinhas” de S. J. de Loure… Hoje terá em si os holofotes de Hollywood


Adérito Esteves Domingo, 04 de Março de 2018
Luís Sequeira nasceu há 53 anos em Toronto, no Canadá. Ainda assim, ao ouvi-lo falar, ninguém diria. Apesar de nunca ter morado em Portugal, o seu português é perfeito. Mais complicada é a sua agenda nas últimas semanas, razão pela qual se torna muito difícil agendar uma entrevista, apesar de toda a disponibilidade mostrada por Luís Sequeira desde o primeiro contacto. “Na próxima semana tenho de ir a Londres, depois voo para Los Angeles e dois dias depois para Nova Iorque. O melhor seria tentarmos falar quando eu estivesse em Nova Iorque. Às 8.30 horas locais, pode ser?”. Está mais do que combinado! Afinal, não é todos os dias que se tem oportunidade de falar com um candidato aos Óscares, os principais prémios de cinema do mundo, aos BAFTA, entregues pela academia britânica de cinema e que foi o vencedor de um “Costume Designers Guild Award”, prémio atribuído pelo sindicato dos figurinistas dos EUA. E todas estas distinções – que são a razão para a azáfama que quase nos trama a entrevista – são referentes ao trabalho feito por Luís Sequeira no filme de Guillermo del Toro, “The Shape of Water” - traduzido para “A forma da água”, em português. O luso-canadiano que tem raízes maternas em S. João de Loure é o responsável pelo guarda-roupa do filme e, na madrugada de segunda-feira tem legítimas aspirações a subir ao palco do Teatro Dolby, em Los Angeles, para receber a “estatueta dourada” que é sonho de todos os que trabalham em cinema. Razão mais do que suficiente para o Diário de Aveiro dar a conhecer alguém que mostra grande orgulho nas suas origens e que, vindo a Portugal “pelo menos duas vezes por ano”, é em S. João de Loure que se instala para depois visitar cidades como “Porto, Espinho ou Lisboa”. E apesar do correria das últimas semanas, é com todo o agra­do que Luís Sequeira ace­de a fazer nova viagem, desta vez às suas memórias da terra dos avós maternos. “A primeira recordação que guardo de S. João de Loure é estar deitado num ra­mo de eucalipto com a minha avó a arrastar-me pela aldeia. Lembro-me mui­to bem do sol nos olhos e daquele cheiro do eucalipto”, descreve, fazendo uma pausa. “Bem, já vou parecer um velhote… mas nessa altura não havia muitos carros na aldeia havia mais bois e as vacas, mas tenho muitas saudades desse tempo”, confessa. Mas Luís guarda também daquela freguesia do concelho de Albergaria-a-Velha, memórias mais… sombrias. “Lembro-me que, na altura, era uma aldeia que me dava muito medo à noite. Era muito sossegada, eu vinha de uma cidade grande e à noite não se via ali ninguém. Só se viam as luzinhas nas portas e aquilo dava-me pesadelos”, confidencia. O tempo agora, é de luzes, contudo. E que luzes, os holofotes de Hollywood. Até lá chegar, porém, Luís Sequeira percorreu um longo caminho. Que até começou na moda, antes de chegar aos ecrãs da “sétima arte”.
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