Foi com um discurso pouco ou nada habitual que o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes deu conta das suas preocupações e do que deseja para o futuro da corporação que ontem assinalou 78 anos. Gonçalo Santos relatou uma conversa de carro, entre um jovem de 17 anos e o presidente de uma corporação de bombeiros, mostrando ao jovem como são competentes os bombeiros de Brasfemes que vivem com dívidas dos hospitais, com apoio da Câmara Municipal que se deseja maior e com um empréstimo do quartel que é preciso continuar a pagar. No final, desvendou: o jovem era o João, o outro interlocutor ele próprio, o que motivou grandes aplausos da plateia que tinha seguido atenta a conversa que tinha um dia, não muito distante do de ontem, decorrido numa estrada algures rodeada de terra queimada.
A conversa começou por aí mesmo, pela terra tão queimada este Verão e pela curiosidade do jovem em saber se os bombeiros da terra também tinham andado naquelas paragens. Andaram sim, como todos os outros do distrito e do país. «É verdade João, isto este ano tem sido muito difícil, quase não tem explicação e não tem dado descanso a ninguém», recordou Gonçalo Santos, frisando como são «bons» os bombeiros, «gente preparada e capaz de fazer as coisas tão bem quanto os melhores». Mas o problema, prosseguiu o presidente da direcção na explicação ao jovem, é que alguns dos que andaram no combate «estão às ordens de Lisboa», mas sobre isso um e outro admitiram não perceber «muito bem» o porquê.
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