Nunca antes na história do Dia do Município de Penela a sessão solene decorreu fora de portas dos Paços do Município. Sem medalhas, sem condecorações, apenas com alguns curtos discursos, pouco políticos, pouco críticos, muito de agradecimento. Desta vez foi diferente: foi no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Penela, como forma de homenagem pelo trabalho voluntário que homens e mulheres da corporação desenvolveram no último e dramático Verão no combate aos incêndios florestais e que, na verdade, acabaria por envolver toda a comunidade na defesa de pessoas e bens.
Num palco diferente, Luís Matias admitia também ontem que diferente era o discurso: menos racional, mais «emocional». E com emoção disse que o que se passou no Verão passado, em particular em Junho quando o grande incêndio de Pedrógão Grande também atacou Penela, foi «dos momentos mais intensos» que viveu enquanto presidente de câmara. «A solidariedade, o empenho dos penelenses foram momentos marcantes», disse também, sobre o envolvimento de toda a comunidade na ajuda ao combate ao fogos, tantos voluntários que, afirmou, «não caberiam nesta sala». E falava não só de quem andou na frente de fogo a com bater, como todos os que, na rectaguarda, ajudaram também a que isso fosse possível, seja no apoio logístico, seja mesmo na distribuição de refeições. «Isto é verdadeiramente a comunidade, juntos nos bons e maus momentos», disse ainda o autarca, no seu último acto público do mandato como presidente da Câmara de Penela, considerando que ao momento dramático vivido deve seguir-se «um momento de oportunidade», em que se deve assistir a uma «mudança de paradigma», apostado no investimento nos activos do país. Recordou, a propósito, o programa de revitalização do Pinhal Interior apresentado ao Governo, assente nos eixos do renascer de uma floresta sustentada e resiliente aos riscos, que crie valor para o território e na revitalização económica e social do Pinhal Interior.
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