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Associação de Leiria alerta: Seniores vítimas de violência sentem-se culpados por maus-tratos


Quarta, 17 de Fevereiro de 2016
Os seniores vítimas de violência doméstica são mulheres, que se sentem co-responsáveis pelos actos do agressor, normalmente descendente com alguma dependência de consumos aditivos, disse uma técnica da Associação ‘Mulher Século XXI’ de Leiria. Desde o início do ano que a Associação de Desenvolvimento e Apoio às Mulheres - ‘Mulher Século XXI’, sediada em Leiria, tem disponível uma linha gratuita de apoio a seniores vítimas de violência, "ainda desconhecida da maioria das pessoas". A linha telefónica deveria ter sido implementada em Novembro, após ter sido um dos projectos financiados no âmbito do Prémio BPI Seniores, mas "dificuldades em adquirir um número" adiaram o seu lançamento, explicou a técnica de apoio à vítima, Catarina Louro. Segundo esta socióloga, as estatísticas evidenciam que o perfil do sénior vítima de violência doméstica é mulher, que vive com os filhos, que "têm alguma dependência de consumos, como álcool ou drogas". A maior parte das vítimas “é mulher, que assume o papel de mãe, educadora, pelo que considera que tem co-responsabilidade nas atitudes de que está a ser alvo. Sente-se culpada", sublinhou Catarina Louro. "Normalmente, os agressores são os filhos e as filhas, ou noras, os cuidadores. Sendo esta relação afectiva tão forte, não é fácil tomar a iniciativa de denunciar", acrescentou Catarina Louro, que se disse convicta de que haverá “muitos idosos a serem vítimas em silêncio". Além da violência física e psicológica, os idosos são também, por vezes, "alvo de exploração financeira, que leva à privação de necessidades básicas". "Estamos a falar de pessoas com reformas elevadas, que até tiveram de vender a casa. Também há situações de tentativa de abuso sexual", revelou a técnica. Segundo Catarina Louro, a linha pretende ser um "canal directo e confidencial" entre a associação e as pessoas seniores, "onde podem desabafar, conversar ou pedir conselhos, sem terem de dar o nome verdadeiro". "Queremos conhecê-las para as proteger. Temos de caminhar na desocultação dos casos. Quanto maior for a dependência, mais tendência há para ser vítima. Só o facto de poderem verbalizar o que estão a passar, já faz com que reflictam sobre a situação e elas próprias podem assumir estratégias de protecção", reforçou. "Através da linha podemos ajudar, dando ferramentas de como devem agir em determinadas situações e estratégias de segurança. Queremos protegê-las até conseguir criar uma relação de confiança ao ponto da pessoa pedir uma ajuda mais efectiva para resolver a sua situação", explicou a técnica. O número 800 210 340 funciona nos dias úteis das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. "Temos serviço de mensagem activo e devolvemos chamadas, com as devidas precauções. Se for necessário, encaminhamos os casos para as nossas congéneres da zona da residência das vítimas", disse Catarina Louro. |
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