Tinha 77 anos quando entrou na Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade de Aveiro (UA). Concluiu o curso quatro anos depois com a média de 15 valores. Na altura, prometeu que não iria ficar por aí. Hoje, vai cumprir a promessa. Aos 85 anos, Brasilino Godinho vai defender a tese de Doutoramento em Estudos Culturais sobre Antero Quental e tornar-se, provavelmente, num dos estudantes a concluir o doutoramento com mais idade do mundo. E volta a prometer seguir em frente: “Quero fazer um pós-doutoramento”.
Aos 15 anos já tinha lido autores como Platão, Aristóteles, Pascal, Descartes, Kant, Tomás de Aquino ou Bertrand Russel. Aos 16 queria ir para a universidade estudar engenharia, mas o avô não lhe quis pagar as propinas e o sonho ficou adiado por largas décadas. “Ainda bem que assim aconteceu, caso contrário não seria o homem que sou hoje”, exclama Brasilino Godinho.
Natural de Tomar, onde nasceu a 25 de Outubro de 1931, foi nessa cidade que tirou o Curso Industrial de Serralharia Mecânica. Iniciou a vida profissional como desenhador de construção civil e 11 anos depois passou a exercer a profissão de topógrafo e a projectar na área de engenharia rodoviária, tendo desenvolvido a actividade por diversas localidades do país.
Foi no ano de 2008 que a Brasilino Godinho se lhe proporcionaram condições para se candidatar ao ingresso na Universidade. Então, com 77 anos e através do concurso para Maiores de 23 anos, candidatou-se tendo obtido a classificação de 17 valores. O gosto antigo pela escrita (é autor de três livros e tem sido cronista em vários jornais) e pela leitura foram determinantes na opção pelo Curso de Licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas. Em Dezembro de 2012 concluiu a formação com a média de 15 valores.
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