No incêndio de Pedrógão Grande houve viaturas de combate isoladas e estradas impedidas, numa luta inglória contra chamas que andavam "mais depressa que os carros", contam os bombeiros da região.
Ao início da madrugada de ontem, o comandante dos Bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, já conseguia respirar - que "o tempo amainou" - e preparava-se para dormir, ainda que com a imagem de um concelho "lindíssimo", verde, transformado agora em negrura.
"Não deu hipótese. Queríamos entrar nas aldeias e não conseguimos, porque o incêndio andou sempre à nossa frente", disse à agência Lusa o comandante, sublinhando, por duas vezes, que "o incêndio andava mais que os carros".
Augusto Arnaut contou que desde o início que o incêndio "demonstrou o seu potencial", e até foram postos no terreno mais meios do que o previsto.
Apesar das falhas do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), que confirma, o comandante crê que não foi esse o problema na estrada nacional 236-1, que liga Figueiró dos Vinhos a Castanheira de Pera. "Foi um incêndio muito rápido, que apanhou as pessoas desprevenidas" e, até, as próprias autoridades, realçou.