“Não há receitas mágicas”, mas a “limpeza do mato” é fundamental. Palavras de Vasco Campos, presidente da direcção da Caule e da Federação de Proprietários Florestais, a propósito do cenário dantesco que se viveu na Região Centro. Apesar das “condições meteorológicas adversas, temos consciência que o trabalho de prevenção mão está feito”, afirma.
“Temos planeamento, municipal, nacional, mas não é executado. Não se cumpre nem se faz cumprir” e este é o grande problema. A título de exemplo, Vasco Campos aponta para o perímetro de segurança de 100 metros que todas as aldeias devem ter perfeitamente limpo e que simplesmente “não existe”.
“Isto não é uma questão florestal, mas de protecção civil”, sublinha, reiterando que “o mato e a floresta estão em cima das casas”. Aliás, no entender de Vasco Campos foi exactamente por isso que os moradores de muitas aldeias fugiram, muitos dos quais morreram. “Tinham consciência que o fogo ia entrar descontrolado e foi isso que aconteceu”.
“O mato e as silvas estão em cima das casas, não se cumprem regras de planeamento” e também “não há sensibilidade por parte das autarquias”. Segundo o presidente da Caule, organização que gere várias zonas de intervenção florestal (ZIF) em toda a Beira Serra e também em Seia, “são raras as autarquias que se preocupam e se substituem aos proprietários quando estes não cumprem”.