Falsos extravios de bagagem lesaram seguradoras em milhares

Arrancou, ontem, no Tribunal de Espinho, o julgamento de uma mega-burla relacionada com extravios de bagagem fictícios que implicaram o pagamento de indemnizações indevidas aos supostos lesados. Vinte e oito pessoas são arguidas neste processo em que a principal suspeita é uma antiga mediadora de seguros de Oliveiras de Azeméis, acusada de 49 crimes de burla e 63 de falsificação de documentos, e que tem como assistentes as seguradoras Fidelidade e Ageas Portugal. Na primeira sessão do julgamento, a mulher, de 45 anos, negou ser a mentora do esquema, admitindo, contudo, ter tido conhecimento dos factos. “Na altura precisava de dinheiro e tinha de me calar”, disse a arguida, adiantando que na altura em que os crimes foram praticados, entre 2011 e 2012, estava de baixa. “Já sabia que não estava a fazer as coisas da maneira mais correcta”, afirmou perante o colectivo de juízes a mulher, que confessou ter recebido “indevidamente” três mil euros de indemnização por uma bagagem que deu como perdida, numa viagem de avião realizada em 2010, mas que “efectivamente não foi extraviada”. Durante o seu depoimento, a ex-mediadora de seguros imputou alguns dos factos a uma antiga colega de trabalho, argumentando que a investigação foi mal conduzida.