António Pereira exerceu a profissão de trolha e pintor durante 55 anos e tem 45 de descontos para a Segurança Social. Requereu uma pensão por incapacidade permanente para o trabalho, mas continua sem receber um cêntimo daquela instituição. Já se passaram quase três anos desde o dia em que António Pereira, natural de Loureiro, concelho de Oliveira de Azeméis, entregou na Segurança Social os documentos necessários que comprovavam a sua incapacidade permanente para o trabalho. “Na minha profissão, diariamente, fazia muitos movimentos com os braços e isso levou a um desgaste dos membros”, explicou António Pereira, queixando-se das “muitas dores” que sente, sobretudo nesta altura de Inverno.
Foi no dia 17 de Julho de 2014 que entregou os papéis. Mas como nunca caiu qualquer pagamento na sua conta - nem recebeu qualquer notificação, - cerca de um ano depois, o loureirense dirigiu-se à Segurança Social e espantou-se com a resposta recebida: “Disseram-me que os documentos não chegaram lá (a Lisboa). Eles foram entregues na Segurança Social de Oliveira de Azeméis, que ficou de os enviar para Lisboa, para a Protecção Contra os Riscos Profissionais. Disseram-me que a carta se terá extraviado. E eu tenho culpa disso?”, questionou, indignado, António Pereira, que teve que voltar a enviar, novamente, todos os documentos. “Se fosse para eu pagar, de certeza que a carta não se extraviava”, retorquiu este reformado de 68 anos.
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