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Relatório da Freedom House coloca a Venezuela como país "não livre"


Terça, 31 de Janeiro de 2017
A Venezuela surge pela primeira vez como país “não livre” no relatório anual da organização Freedom House publicado hoje, indicando também que a Nicarágua desceu ao nível mais baixo dos últimos 20 anos. “A combinação de um governo duro e a extrema má gestão económica do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, arrastaram o país para a classificação ‘não livre’, pela primeira vez”, concluiu o documento que vai ser apresentado hoje na capital dos Estados Unidos pela organização fundada durante a II Guerra Mundial, nos Estados Unidos. “A Venezuela serviu como modelo para os regimes populistas da região e é, actualmente, o exemplo dos casos que podem ocorrer quando os cidadãos deixam de ter possibilidade de pedir contas aos próprios líderes”, sublinha o relatório. Em 2016, Maduro, “confiando no controlo que o regime tem sobre os tribunais” reagiu à vitória da oposição nas eleições parlamentares, “retirando poder à Assembleia Legislativa e bloqueando o referendo” sobre o cargo presidencial. Do mesmo modo, considera a organização Freedom House, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega levou o país, em 2016 “ao nível mais baixo” no que diz respeito às liberdades, nos últimos 20 anos. “Ao colocar o poder judicial na esfera do poder presidencial e ao reduzir o número de meios de comunicação independentes, Ortega conseguiu eliminar praticamente a oposição, numa altura em que se realizavam eleições presidenciais e legislativas”, acrescenta o relatório sobre o regime de Manágua. Na classificação da Freedom House, a Nicarágua que se mantém como “parcialmente livre”, sofreu, em 2016, restrições ao nível dos direitos políticos e das liberdades civis quando expulsou 16 legisladores da oposição na Assembleia Nacional antes das eleições que se realizaram no passado mês de Novembro. O documento refere também que as acções de Daniel Ortega não visaram apenas o poder legislativa porque “silenciaram” jornalistas e académicos com “opiniões contrárias”. No relatório anual 2016, o Brasil, classificado como “livre” recorda que a destituição da presidente Dilma Rousseff “dominou a cena política”, em 2016 criticando todo o processo que “pouco fez para resolver” uma grande crise de corrupção em que “praticamente toda” a classe política enfrenta sérias acusações. Na Colômbia, país classificado como “parcialmente livre”, o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias (FARC) conseguiu um “contraponto” face “ao colapso económico e político da Venezuela, o Estado vizinho. A Freedom House afirma que o acordo entre o governo e as FARC é um “bom presságio” para uma democracia “atingida há muito tempo pela violência”. Sobre Cuba, classificado como “país não livre”, os relatores da Freedom House consideram que a “abertura política” parece estar afastada apesar da morte de Fidel Castro e das posições da anterior Administração dos Estados Unidos. No Equador, que se mantém como “parcialmente livre” as liberdade civis foram afectadas em 2016 pelo presidente Rafael Correa que atua com “mão dura contra a oposição política, os jornalistas críticos, os manifestantes e as organizações não-governamentais”, num período de eleições. A Freedom House, foi criada em 1941 pele advogado do Partido Republicano norte-americano Wendel Wilkie e pela Eleanor Roosvelt, mulher do presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosvelt que apoiou a criação da organização. Os relatórios anuais sobre “Liberdade no Mundo” são publicados desde 1972.

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