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Mais de 45.000 pessoas fugiram da Gâmbia desde o início do mês


Sexta, 20 de Janeiro de 2017
Mais de 45.000 pessoas fugiram da Gâmbia desde o início de Janeiro, a maioria para o Senegal, enquanto o presidente cessante gambiano é alvo de um ultimato para deixar o poder, informou hoje a ONU. “Cerca de 45.000 pessoas chegaram ao Senegal vindas da Gâmbia” e “pelo menos 800 foram para a Guiné-Bissau”, declarou aos jornalistas em Genebra um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Babar Baloch. “Trata-se de uma estimativa” feita pelas autoridades senegalesas “desde o início de Janeiro, quando as pessoas começaram a fugir da Gâmbia”, disse, adiantado que a maioria dos refugiados são mulheres e crianças. Na quinta-feira, Ayigan Kossi, coordenador humanitário do sistema das Nações Unidas na Guiné-Bissau disse à agência Lusa que o país lusófono estava a receber cerca de mil refugiados por dia em fuga da Gâmbia. "Não há pontos de concentração, estão todos a distribuir-se por casas de familiares e amigos", mas há uma sobrecarga destes agregados familiares que requer apoios, nomeadamente ao nível da alimentação, referiu. A crise na Gâmbia começou em Dezembro, depois de o presidente Yahya Jammeh rejeitar os resultados eleitorais, e desde essa altura entraram na Guiné-Bissau 4.300 refugiados, 3.300 dos quais entre domingo e quarta-feira, de acordo com dados fornecidos pelas Nações Unidas em Bissau. A Gâmbia tem perto de dois milhões de habitantes. Entre os que chegaram ao Senegal encontram-se gambianos, mas também senegaleses, ganeses, liberianos, libaneses, guineenses e mauritanos. “Os próximos dias vão ser críticos (…) mais pessoas poderão abandonar o país se a situação actual não for resolvida de forma pacífica e rapidamente”, assinalou o porta-voz do ACNUR. Segundo esta agência da ONU, as autoridades estão prontas para distribuir ajuda humanitária a cerca de 100.000 pessoas. Após várias tentativas de mediação, os presidentes da Mauritânia e da Guiné-Conacri tentam hoje convencer Yahya Jammeh a ceder o poder ao sucessor Adama Barrow antes do meio-dia de hoje, quando expira o prazo estabelecido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para evitar uma intervenção militar. Soldados de cinco dos 15 países da CEDEAO entraram na quinta-feira em território gambiano, no quadro de uma operação designada “Restaurar a democracia”, para forçar a partida de Jammeh. Adama Barrow, vencedor das presidenciais de 01 de Dezembro, tomou posse na quinta-feira na embaixada da Gâmbia em Dacar, onde estava desde dia 15 a pedido da CEDEAO.

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