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Aqui jaz Mário Duarte. Incógnito entre destroços


Adérito Esteves (texto) e Ricardo Carvalhal (foto) Segunda, 26 de Dezembro de 2016
Ao olhar para as fachadas dos jazigos do cemitério Central de Aveiro, todos parecem relativamente iguais. Distintos na forma, na cor e na modernidade, nada nos levaria a procurar um em particular. Mas neste caso é diferente. Passamos as portas do cemitério com o número 31 como desti­no. E esse, com um olhar mais atento, percebemos que não é igual à maioria daqueles que o rodeiam. Desde logo, pela falta de inscrição. Nada nos indica qual ou quais as famílias que ali jazem. Mas não é só isso. No 31 os sinais de abandono são notórios. E o cenário ainda piora quando nos encostamos às ferrugentas portadas e elas nos abrem o caminho para o interior. Aí, estranha-se o rasto de destruição num local onde não era suposto encontrar mais do que acalmia. Um maço de tabaco, uma lata de amendoins, dois pinos de sina­lização rodoviária, vidros, pedaços de madeira e de cimento, tudo envolvido por um intenso odor a urina de gato. E no meio disso tudo confirmamos aqui­lo que nos levou ali. Escrito a grafite na pedra, de forma rústica, encontramos um dos nomes mais conhecidos da história aveirense: Mário Duarte. Esse mesmo: o homem que dá nome aos dois estádios municipais e que foi um dos melhores desportistas que Portugal conheceu no início do século XX. Disso mesmo dá nota João Sarabando, jornalista aveirense que refere que Mário Duarte foi “praticante de quase todas as modalidades conhecidas ao tempo”. “Fulgiu no ciclismo, no ténis, no tiro, na tauromaquia, no futebol, na natação. Era também um magnífico ginasta e remador, sem deixar de ser esgrimista, jogador do pau ede golfe, lutador da modalidade greco-romana e halterófilo de merecimento”, resume. Mas a urna de Mário Duarte é apenas uma das que ocupa o jazigo 31. É ali que está também a do seu filho Carlos Júlio Duarte, da sua esposa Maria Teresa Melo Faria, bem como de grande parte da família desta, na qual existiam vários títulos nobiliárquicos. Todos ali, num misto de destruição e abandono.
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