Marcámos uma hora para falar com Rodrigo Leão sobre o concerto que o vai trazer, juntamente com Scott Matthew, a Ílhavo. Só que, antes, há um trabalho que se atrasa. Perdemos a hora. Assim que temos oportunidade, fazemos a chamadas. Pu. Puu. Puuu. Nada do outro lado da linha. Pânico. Perdemos a nossa oportunidade. Em desespero de causa, enviamos um SMS com mil desculpas e a perguntar se é possível remarcar. Exactos cinco minutos depois, o nosso telefone toca e o monitor mostra “Rodrigo Leão”. Atendemos e, antes de termos oportunidade de nos desculparmos, ouvimos: “Peço imensa desculpa, estava noutra entrevista e não pude atender. Podemos marcar para as 15 horas?”. E foi isto. Por muito longa que uma vida seja, dificilmente nos cruzamos com pessoas com o percurso de Rodrigo Leão e que tenham tamanha amabiliade. E, desta vez, à hora marcada, não voltámos a falhar. Ficámos a conhecer a história do recente “Life is Long” e do caminho que os seus protagonistas esperam que ele siga. Vida longa a eles!
Diário de Aveiro: A vida tem sido suficientemente longa para fazer tudo o que quer?
Rodrigo Leão: (risos) Bem, tudo aquilo que queremos é sempre impossível, mas acho que tenho tido uma grande sorte e feito muitas das coisas que quero fazer. Uma delas foi precisamente este último trabalho, que é uma parceria com o cantor Scott Matthew, e que nasceu das primeiras colaborações que fizemos, há uns anos, em que o Scott aparecia como convidado para trabalhos meus. Tivemos duas colaborações: uma em 2011, em “A Montanha Mágica”, e outra, em 2012, para a colectânea “Songs”. E daí nasceu uma vontade de fazermos mais coisas juntos. Não tínhamos pressa – aquele stress que temos quando estamos a acabar discos para sair – e fomos fazendo. Ao longo destes dois/três anos fomos trocando ideias –sobretudo por e-mail, uma vez que o Scott vive em Nova Iorque e eu em Lisboa –, e fomo-nos habituando a este método. E acho que o facto de não estarmos juntos a trabalhar também nos deu mais liberdade.
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