Catarina Lima Fernandes é a vencedora da edição deste ano do Prémio de Jornalismo Adriano Lucas. A jovem, de 22 anos, estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), concorreu com uma reportagem intitulada “Os ilhéus em Coimbra”.
A decisão do júri do concurso foi homologada ontem pela Câmara Municipal de Coimbra, que, em parceria com a Universidade de Coimbra e o Diário de Coimbra, instituem este galardão em homenagem a Adriano Lucas, director in memoriam do Diário de Coimbra.
Além do trabalho de Catarina Lima Fernandes, o júri do concurso, composto por um elemento de cada uma destas entidades e ainda dois convidados (José Ribeiro Ferreira, professor catedrático da FLUC e Jorge Castilho, jornalista), entendeu atribuir duas menções honrosas aos trabalhos “Olhos que Mentem”, da autoria de Pedro Morgado, e “Caricatura de Coimbra” , da autoria de Patrícia da Cruz Almeida.
“Quis mostrar a visão de um estudante de fora, do que não sente quem é de cá, do que é estar três meses longe de casa, sem ver pais, sem ver ninguém”, explica Catarina Lima Fernandes, açoriana, há cinco anos a estudar em Coimbra, quando questionada sobre o tema da sua reportagem. “Quis falar sobre os Açores, sobre a visão de um estudante açoriano, mas estou convencida de que muitos outros se reverão no que escrevi: os estudantes da Madeira ou os de Erasmus, por exemplo. Todos sentem o mesmo”, adianta.
“Os ilhéus em Coimbra”, de Catarina Lima Fernandes, que assina sob o pseudónimo de Duarte de Melo, tem uma particularidade especial. “A reportagem é sobre mim. Eu sou a entrevistada de Duarte de Melo, que é o jornalista que assina o trabalho”, confessa a jovem, aluna de Mestrado em Inglês/Alemão na FLUC, onde se licenciou em Línguas Modernas, mas que sempre teve um gosto especial por escrever.
Foi, aliás, esse gosto especial que levou o namorado a incentivá-la a participar na edição do ano passado do Prémio de Jornalismo Adriano Lucas. “Escrevi sobre a lenda de Coimbra”, diz. Não ter ganho não a desmotivou. “Este ano, o meu namorado voltou a incentivar-me, eu amadureci a ideia e decidi fazê-lo”, continua.
O que não contava era ganhar. “Recebi uma chamada quando estava a ir para casa a pé e nem me consegui exprimir”, desabafa. Ainda agora, alguns dias depois de ter recebido a notícia, não consegue dizer muito bem o que sente, para além “da grande alegria e honra” pelo prémio (no valor pecuniário de 1.500 euros) que “não esperava”, mas que dedica ao namorado e “a todos quantos sentem o que é estudar em Coimbra e ser de longe” como ela.
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