Em 2023 «fizemos a maior faturação desde sempre, foi um ano muito positivo»
Terça, 23 de Abril de 2024
A Horse Aveiro, anteriormente chamada de Renault Cacia, pretende ser líder de soluções de energias inovadoras. A solução “Power Electronic Box” é a mais recente aposta do grupo. A mudança de nome aconteceu em julho de 2023. De acordo com Raynald Joly, diretor-geral da Horse Aveiro, esta mudança surgiu na sequência de uma decisão do grupo Renault, com o objetivo de ser líder em soluções de energia inovadoras. Economia: O que é que temos de diferente entre a Renault Cacia e a Horse Aveiro? Raynald Joly: A Horse agrupa as entidades que estavam integradas no grupo Renault e dedicadas a motorizações de baixas emissões. Refiro-me a oito fábricas no mundo e três centros de investigação. Três dessas fábricas estão na América do Sul, mais três na Península Ibérica (das quais, a antiga Renault Cacia), uma fábrica na Roménia e outra na Turquia. Além disso, mais três centros de investigação: na América do Sul, no Brasil, em Espanha e na Roménia. Ou seja, a Horse Aveiro é uma das entidades da Horse, sendo que essa Horse é “spin-off” do grupo Renault e tem sede em Madrid, em Espanha.
Porquê o nome “Horse”? Ah… [risos] Na reorganização do grupo Renault foi decidido que ia haver uma entidade dedicada a veículos elétricos - que está sediada em França - e uma outra de motorizações de combustão interna e híbrida, que se encontra em Madrid. Para diferenciar as duas atividades, à primeira foi dado o nome de “ampére” e à segunda, o nome de “Horse”. Este último nome por associação à motorização mais tradicional, relacionada com os cavalos, à potência.
Qual é o objetivo da “nova” entidade? Pretendemos desenvolver novas soluções de produção de energia, sobretudo para a indústria automóvel. Mas não só… Estando integrados no grupo Renault, os principais clientes são as marcas do respetivo grupo e da Nissan. A partir de agora, o objetivo é abrir o leque de clientes e procurar novos. Queremos ser fornecedores da indústria automóvel e também onde houver necessidade de utilização de energia na base de motorizações de baixas emissões. Ou seja, posso dizer que, em concreto, para as pessoas que trabalham na fábrica, não houve nenhuma alteração. Tanto a entidade fiscal Renault Cacia, bem como o número fiscal, mantiveram-se.
E em termos de produtos, quais foram ou serão as mudanças? A fábrica Renault Cacia arrancou há mais de 40 anos e começou por ser uma fábrica mais de motores. Nos anos 2000 passou a ser, principalmente, uma fábrica de caixas de velocidades. Além disso, 30% da nossa faturação também diz respeito à fabricação de componentes para outras fábricas do grupo. Dois terços da faturação é de produção de caixas de velocidades manual. Com a evolução do mercado e a transição para motorizações mais elétricas e híbridas era necessário encontrar outros caminhos e nesta reorganização da Horse foi definido que era importante recuperar todas as atividades do grupo Renault enquanto motorizações híbridas. Nesse seguimento, no final de 2023, ganhámos a afetação de uma nova peça – a “Power Electronic Box” (PEB) [em português, Caixa de Potência Elétrica], que começámos a produzir no dia 12 deste mês.
Em que consiste a “Power Electronic Box”? Trata-se de uma caixa eletrónica que permite a conversão de corrente no veículo híbrido e a gestão dos dois motores elétricos e do motor de combustão interna. Isto é, integra sistemas de inversão de potência, conversão, controlo e refrigeração numa única unidade. E a fábrica da Horse em Aveiro foi a escolhida para ser o local desta produção. A nova linha de montagem utiliza tecnologia de ponta para a digitalização total e extensiva de novas soluções para a indústria 4.0. O plano de produção de PEB que temos para este ano ronda as 60 mil unidades. Já a partir de 2025, prevemos uma produção de 230 mil unidades de PEB por ano.
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