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Águas do Centro Litoral prepara investimento de 347 milhões de euros

Alexandre Tavares, presidente do conselho de administração da Águas do Centro Litoral (AdCL), diz que a empresa tem um bolo de 347 milhões de euros para investir até 2033. «O grande desígnio para 2025 é começar a lançar a grande requalificação da ETAR de Cacia», assume. A AdCL, que tem sede em Coimbra e serve 12 municípios do distrito de Aveiro, "pisca o olho" a Anadia, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra

Diário de Aveiro: A empresa resultou da agregação de três sistemas multimunicipais, um deles a SIMRia - Saneamento Integrado dos Municípios da Ria. Que ganhos é que trouxe essa agregação?
Alexandre Tavares: 2015 foi um ano em que o setor se posicionou para um novo modelo de agregação entre empresas ligadas ao setor público. O desenho que foi produzido para esta região, do centro litoral, foi um desenho virtuoso, até porque teve a capacidade de juntar três empresas que, tendo a mes­ma missão, tinham caraterísticas distintas. A SIMRIa era uma empresa consolidada, com um trajeto invejável no contributo para a despoluição da ria e as melhorias associadas ao tratamento dos efluentes, nomeadamente o saneamento urbano, que se juntou às Águas do Mondego e ao Lis. O objetivo foi potenciar as mais-valias que todas as empresas tinham. Cla­ro que a empresa não é igual em todos os polos, ou seja, aqui em Aveiro só temos saneamen­to, e nas zonas de Leiria e de Coimbra temos abastecimento e saneamento.

Qual é a vantagem deste modelo?
A vantagem de uma empresa em alta, hoje em dia, é muita concentração na melhoria e na eficiência de processos. Contrariamente a uma empresa em baixa, como é a AdRA (Águas da Região de Aveiro), que tem que privilegiar muito a relação com o utilizador final, uma entidade gestora em alta, como a AdCL, quer em abastecimento quer em saneamento, tem que privilegiar a eficiência e a qualidade do serviço, ou seja, da á­gua que capta e disponibiliza e do saneamento que recolhe e tra­ta e depois devolve ao meio hídrico. Portanto, a mais-valia foi esta, ou seja, concentrar o foco da empresa naquilo que são ganhos de qualidade e de eficiência de serviços. A ria é um território sensível do ponto de vista ambiental e, portanto, a melhoria e a eficiência dos processos têm que ser um objetivo. Embora aqui o sistema, pelas caraterísticas que tem, consiste em grandes ETAR que têm a­qui­lo que se chamam exutores, em que a água tratada final é devolvida ao meio marinho. Potenciou-se aqui esta solução, que está a ser defendida noutros territórios - há um conjunto de autarcas que, hoje, defende uma situação semelhante, porque permite alguma resiliência ao sistema.

Disse que este é um modelo virtuoso. Depreendo que esteja satisfeito com o figurino atual…
Estou aqui desde 2019 e todos os anos vou reafirmando esta minha convicção. De facto, o foco das entidades gestoras em baixa - e um bom exemplo é aqui, na região da Aveiro, em que a AdRA tem promovido um alargamento e uma qualificação do sistema em baixa - permite às empresas em alta os tais ganhos de eficiência e de qualidade que, de outra forma, não poderíamos ter.

Falou em melhorar a eficiência do sistema. Quer dar exemplos?
Uma das formas de melhorar processos e ganhar eficiência são as políticas de desenvolvimento e de inovação. Nomeadamente nas lamas, temos estado envolvidos num projeto em que, juntando aditivos orgânicos às lamas, elas vão ser utilizadas para o repovoamento florestal. De facto, há uma necessidade de transformar um produto num recurso... Estamos também a trabalhar noutros projetos, por exemplo, para a recuperação de fósforo. Isto são tudo ganhos de eficiência.

A empresa é participada pela Águas de Portugal e por 29 municípios. Existem planos para a entrada de novos municípios?
Estes modelos têm que ser dinâmicos e de consolidação. Há algum tempo que nós, e os próprios autarcas da região da ria, defendemos a entrada de Anadia, que tem estado fora destes sistemas, quer da alta quer da baixa – Anadia não faz parte quer da AdCL quer da AdRA. Teria a ganhar com uma aproximação aos processos destas empresas. A norte foi colocada, há relativamente pouco tempo, a questão da agregação dos municípios que hoje fazem parte das Terras de Santa Maria: Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra. Parte dos efluentes são tratados em Santa Maria da Feira ou carecem de encaminhamento pa­ra tratamento. E, portanto, há uma “ilha” onde valia a pena consolidar processos por via de uma agregação. Mas a decisão cabe sempre aos acionistas.

Existe algum tipo de negociação com esses municípios?
Houve uma aproximação nes­se sentido. Tudo isto tem um momento para acontecer. O ano eleitoral tem sempre dificuldades... Mas parece-me que é uma dinâmica que vale a pena seguir, a bem daquilo que são os processos e os desafios do setor.

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Fevereiro 25, 2025 . 08:30

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