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Maria Manuel Cruz retira pelouros e confiança política ao seu “vice”

Luís Canelas será o candidato à presidência e a autarca sentiu-se desrespeitada, nomeadamente por não ter sido consultada ou avisada sobre a escolha. Presidente recordou o trabalho feito após a operação Vórtex

A presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, retirou pelouros e a confiança política ao vice-presidente Luís Canelas, que a concelhia socialista, a que o próprio preside, escolheu como candidato do PS à presidência do executivo.

«Diante da forma desrespeitosa como fui tratada e da falta de transparência e frontalidade de todo este processo, tive de ponderar, de forma cuidada, o caminho a tomar», sublinhou a autarca, enfatizando que, «em democracia, não podemos pactuar com manobras de bastidores, arranjos partidários e esquemas de poder que colocam interesses pessoais acima do bem-estar da população».

Sobre a retirada dos pelouros e da confiança política, vincou que o cargo de vice-presidente «pressupõe uma lealdade que não foi demonstrada e, o que é mais grave, um comportamento ético inquestionável, que também não se verificou».

Ainda disse que as suas decisões visaram «manter a máxima transparência e permitir ao presidente da comissão política do PS concentrar-se na árdua tarefa que tem pela frente».

Maria Manuel Cruz recordou que, quando assumiu a liderança do governo local, em janeiro de 2023, teve de enfrentar «o maior desafio da história recente do concelho», acentu­ando que «a operação Vórtex deixou um rasto de incerteza e instabilidade».

Recordou que «as consequências foram severas», enumerando dirigentes afastados, serviços bloqueados, processos judiciais semanais, funcionários arguidos e um número incontável de baixas médicas».

A presidente da câmara assinalou que o objetivo da sua equipa «foi claro desde o primeiro dia: evitar o colapso da câmara municipal em crise profunda, estabilizá-la e prepará-la para um futuro sustentável». Garantiu que trabalhou «com rigor, transparência e frontalidade para evitar o pior», «ao mesmo tempo», planeando «o caminho para a recuperação». E vincou que «Espinho está no rumo certo».

No balanço dos dois anos de mandato, apontou a obra feita: «Reforçámos os serviços de higiene e limpeza urbana, iniciámos a requalificação da rede viária, e avançámos com a manutenção dos parques infantis e dos espaços verdes».

Acrescentou ao rol as obras em curso «na Nave Polivalente de Espinho, na cobertura do Multimeios, na Piscina Solário Atlântico e na EB 2,3 Domingos Capela». E foram garantidos «mais de 2,5 milhões de euros para melhorar o sistema de abastecimento de água, 1,3 milhões para a recolha seletiva de resíduos e outro tanto para mobilidade».

Assegurou que o seu «compromisso» com a governação municipal «permanece intacto» e prometeu que continuará «a trabalhar para melhorar a qualidade de vida dos espinhenses, reforçar a capacidade de resposta da autarquia e garantir a execução dos investimentos estratégicos que colocam Espinho no caminho da modernização e do desenvolvimento».

Ainda sobre a questão política, esclareceu que, «ao longo destes mais de dois anos» na liderança, «nunca» recebeu «um único contacto da direção nacional do Partido Socialista», o partido pelo qual foi eleita. Sublinhou que «nem uma mensagem, nem um telefonema, nem um gesto de apoio», apesar das «dificuldades e desafios» que enfrentou.

Enfatizou que, «mes­mo com o secretário--geral do PS (Pedro Nuno Santos) a residir num concelho vizinho, nun­ca hou­ve manifestação de interesse em ajudar Espinho». Falou em «silêncio absolu­to», apenas quebrado na semana passada, quan­do recebeu um “email” convocan­do-a para uma reunião na sede nacional do PS.

PS comprometido «com a boa governação»

Em comunicado, o PS de Espinho garantiu que, «desde o início de 2023», deu «um apoio firme e incondicional a Maria Manuel Cruz, assegurando-lhe as condições necessárias para o exercício das suas funções». Ressalvou que esse apoio «não é cego», afirmando que «o compromisso» do partido «é e será sempre com a boa governação», com nota de que a estrutura local «tomou e tomará sempre decisões políticas orientadas para o compromisso com a cidade de Espinho e para com os cidadãos». Ainda referiu que as suas escolhas «não se baseiam em preferências pessoais ou interesses partidários, mas sim na busca pela eficiência, transparência, progresso e respeito pela população espinhense».

Fevereiro 19, 2025 . 09:30

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