«Todos sabemos que as faturas só foram enviadas pela Câmara em 2023»

O ex-presidente do Beira-Mar, remetido ao silêncio desde que deixou de exercer a função, optou, desta vez, por reagir à notícia de ontem do Diário de Avei­ro que dava conta que o clu­be não paga a renda pela utiliza­ção do Estádio Municipal de Aveiro desde 2021. Afonso Miranda lembra, «a bem da verdade», que é necessário esclarecer que «o Beira-Mar nunca pagou qualquer renda no Estádio Municipal de Aveiro desde a sua existência» e que «o “incumprimento” não remonta a setembro de 2021, conforme é dito, mas, pelo menos, a 2018».
Sobre esta discrepância, o ex-dirigente admite que o presidente da autarquia, Ribau Esteves, «não tenha conhecimen­to», mas lembra que «o vereador Rogério Carlos, que tutelou esta pasta, saberá que a dívida remonta a alguns anos antes e a outras tantas direções e executivos camarários», garantindo que «se pode comprovar através da consulta das contas bancárias das duas entidades».
Afonso Miranda diz ser necessário referir que esta é uma situação conhecida por todas as partes envolvidas. E esclarece: «Havia uma dívida da Câmara Municipal de Aveiro com o Sport Clube Beira-Mar, de um acerto fiscal/IVA da extinção da empresa EMA, que fez com que o clube tivesse um crédito e que por força disso não tivesse que pagar qualquer renda durante algum tempo», explica. E prossegue o seu raciocínio com mais dois tópicos que faz questão de destacar: «Todos sabemos que as faturas só foram enviadas pela Câmara em 2023 e que, nessa altura, o clube pagou de imediato dez mil euros».
O líder do Beira-Mar recorda, também, que o clube «não usou o Estádio Municipal de Aveiro na sua plenitude por estar condicionado nas quatro vezes em que ali se realizou a Supertaça Cândido de Oliveira, o que impediu a sua utilização durante quatro meses, por só treinar uma vez por semana ou nenhuma, no caso de chover, e ainda por não poder ali treinar, nem jogar, durante o período da pandemia, equivalente a sensivelmente um ano.